Interpretação Textual

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PDF Interpretação de textos. Prof. Dalvani. 
PDF Compreensão e interpretação de textos. 
PDF Interpretação de textos: teoria e 800 questões comentadas
PDF Interpretação de texto: GÊNEROS TEXTUAIS OU TIPOS TEXTUAIS? 
PDF Interpretação de texto - Língua Portuguesa
PDF O Primeiro Passo para Interpretar um Texto
PDF A primeira ordem de interpretar
PDF Interpretação de Textos. 2.Elaboração de Textos.
PDF Ler, analisar e interpretar textos.
PDF Interpretação de Textos - Filosofia
PDF Compreensão do texto
PDF Dicaspara analisar, compreender e interpretar textos
PDF A interpretação das questões

Abaixo apresento aos amigos internaltas, visitantes desse site,  uma antologia de textos, que explicam como interpretar textos de maneira eficaz. Leia os vários e se aprofunde nesta área do saber, a ciência da interpretação.

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NOVE DICAS PARA MELHORAR A INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

A leitura é o meio mais importante para chegarmos ao conhecimento, portanto, precisamos aprender a ler e não apenas “passar os olhos sobre algum texto”. Ler, na verdade, é dar sentido à vida e ao mundo, é dominar a riqueza de qualquer texto, seja literário, informativo, persuasivo, narrativo, possibilidades que se misturam e as tornam infinitas. É preciso, para uma boa leitura, exercitar-se na arte de pensar, de captar ideias, de investigar as palavras… Para isso, devemos entender, primeiro, algumas definições importantes:

TEXTO
O texto (do latim textum: tecido) é uma unidade básica de organização e transmissão de ideias, conceitos e informações de modo geral. Em sentido amplo, uma escultura, um quadro, um símbolo, um sinal de trânsito, uma foto, um filme, uma novela de televisão também são formas textuais.

INTERLOCUTOR
É a pessoa a quem o texto se dirige.

TEXTO-MODELO
“Não é preciso muito para sentir ciúme. Bastam três – você, uma pessoa amada e uma intrusa. Por isso todo mundo sente. Se sua amiga disser que não, está mentindo ou se enganando. Quem agüenta ver o namorado conversando todo animado com outra menina sem sentir uma pontinha de não-sei-o-quê? (…)
É normal você querer o máximo de atenção do seu namorado, das suas amigas, dos seus pais. Eles são a parte mais importante da sua vida.”
(Revista Capricho)

MODELO DE PERGUNTAS
1) Considerando o texto-modelo, é possível identificar quem é o seu interlocutor preferencial?
Um leitor jovem.
2) Quais são as informações (explícitas ou não) que permitem a você identificar o interlocutor preferencial do texto?
Do contexto podemos extrair indícios do interlocutor preferencial do texto: uma jovem adolescente, que pode ser acometida pelo ciúme. Observa-se ainda , que a revista Capricho tem como público-alvo preferencial: meninas adolescentes. A linguagem informal típica dos adolescentes.

09 DICAS PARA MELHORAR A INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
01) Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;
02) Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura;
03) Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo menos duas vezes;
04) Inferir;
05) Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
06) Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;
07) Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor compreensão;
08) Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão;
09) O autor defende ideias e você deve percebê-las;



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Significado de Interpretação:

Interpretação é uma ação de explicar o que é obscuro: interpretação de um texto, de um sonho; é ainda a tradução ou comentário critico: dar a uma coisa esta ou aquela significação, seu propósito, é buscar o direito nela contido para aplicação aos fatos. Exemplo do uso da palavra Interpretação:

Eu vi uma cara mal vestido, logo interpreto que ele é pobre ou relaxado.

Fonte:http://www.dicionarioinformal.com.br/significado/interpreta%C3%A7%C3%A3o/124/

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Como interpretar um texto?

Técnicas podem ajudar candidato a ter um bom desempenho na prova de concurso.

O hábito da leitura é fundamental durante a preparação para qualquer concurso público. Mas para uma disciplina específica é ponto chave para que os candidatos consigam o maior número de acertos.
A interpretação de texto é o coringa que pode decidir uma vaga porque tem grande peso nas provas. E, se o candidato vai bem na maioria das disciplinas e mal em interpretação, dependendo do concurso, ele é desclassificado.



Mas algumas técnicas podem ajudar o candidato a ter um bom desempenho na prova e até mesmo compensar a pouca leitura durante a formação educacional. “Não existe texto difícil, existe texto mal interpretado”, define Cláudia Beltrão, professora de português do curso preparatório de São Paulo Central de Concursos.

Segundo ela, apesar de muitos textos serem extraídos de jornais e revistas, no exame, o candidato, por mais que esteja habituado a ler artigos e reportagens, se sente pressionado para acertar a questão e acaba criando uma barreira que o impede de ver o texto como algo comum. Por isso, muitos ficam "apavorados" na hora da prova. “O texto é como uma colcha de retalhos. Por isso, o candidato deve dividi-lo em partes, ver as idéias mais importantes em cada uma e enxergar a coerência entre elas”, diz Cláudia.
Outra técnica que ajuda, de acordo com a professora, é procurar dentro do texto as respostas para as expressões "o que", "quem", "quando", "onde", "por que", "como", "para que", "para quem", entre outras. “Essa busca por respostas é uma forma de o candidato conversar com o texto e deixar a leitura mais clara”.

  • Errando é que se aprende
No concurso, segundo Cláudia, o candidato muitas vezes não consegue enxergar que na alternativa correta está escrito de forma diferente o mesmo conteúdo do texto.
“Isso é decorrência da falta de hábito de leitura. Por isso, é fundamental que o candidato faça exercícios de interpretação todos os dias durante o estudo. Só errando é que ele vai aprender”.
O treino, diz a professora, pode ser feito com livros e apostilas ou com provas anteriores, de preferência da mesma organizadora responsável pelo concurso que o candidato irá prestar.
A professora de português diz que o candidato deve ficar atento ao enunciado das questões e à forma como devem ser respondidas. As questões de interpretação são de múltipla escolha ou de certo e errado. E no enunciado a organizadora pode pedir que seja assinalada a alternativa incorreta. “O candidato condicionado a procurar sempre a resposta certa acaba errando”, adverte.

Cláudia recomenda ainda que os candidatos leiam as questões antes do texto. “Assim, ele define uma linha de raciocínio e, à medida que lê o texto, já busca as respostas”.
“Os organizadores sabem que interpretação de texto é o ponto fraco de muitos candidatos. Por isso, quanto mais treino, mais 'maldoso' o candidato fica”, diz.

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É muito comum, entre os vestibulandos ou candidatos a um cargo público, a preocupação com a interpretação de textos. Isso acontece porque lhes faltam informações específicas a respeito desta tarefa constante em provas relacionadas a tais concursos.
Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar no momento de responder as questões relacionadas a textos.

TEXTO é um conjunto de idéias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo capaz de produzir INTERAÇÃO COMUNICATIVA (capacidade de CODIFICAR E DECODIFICAR).

CONTEXTO – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de CONTEXTO. Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão grande, que, se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial.

INTERTEXTO - comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo de recurso denomina-se INTERTEXTO.

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO -  o primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a identificação de sua idéia principal. A partir daí, localizam-se as idéias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na prova.
 
Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a:
 
1. IDENTIFICAR – é reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo, de uma época (neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo).
 
2. COMPARAR – é descobrir as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do texto.
 
3. COMENTAR - é relacionar  o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito.  
 
4. RESUMIR – é concentrar as idéias centrais e/ou secundárias em um só parágrafo.

5. PARAFRASEAR – é reescrever o texto com outras palavras, mantendo seu sentido original.
Para interpretar de forma adequada, dependendo do texto, fazem-se necessários:
Fazem-se necessários:
a) Conhecimento Histórico – literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática;
b) Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico;
c) Capacidade de observação e de síntese; 
d) Capacidade de raciocínio.
INTERPRETAR   x   COMPREENDER  
INTERPRETAR SIGNIFICA COMPREENDER SIGNIFICA
•Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
-TIPOS DE ENUNCIADOS
• Através do texto, INFERE-SE que...
• É possível DEDUZIR que...
• O autor permite CONCLUIR que...
• Qual é a INTENÇÃO do autor ao afirmar que...
•Intelecção, entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
-TIPOS DE ENUNCIADOS:
• O texto DIZ que...
• É SUGERIDO pelo autor que...
• De acordo com o texto, é CORRETA ou ERRADA a afirmação...
• O narrador AFIRMA...
  

ERROS DE INTERPRETAÇÃO
 
a) Extrapolação ("viagem"): Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado idéias que não estão no texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela imaginação.
 
b) Redução: É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de idéias, o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema desenvolvido.
 
c) Contradição: Não raro, o texto apresenta  idéias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas  e, conseqüentemente, errando a questão.

Dicas para interpretação de texto:

01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;
02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá até o fim, ininterruptamente; 
(Procure, através do contexto, entender o sentido da palavra)
03. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas;
04. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
05. Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;
06. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor compreensão;
07. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto correspondente;
08. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão;
09. Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de ...), não, correta, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se perguntou e o que se pediu;
10. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais exata ou a mais completa;
11. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de lógica objetiva;
12. Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais;
13. Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta, mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto;
14. Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a resposta;
15. Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor, definindo o tema e a mensagem;
________. Como ler e entender bem um texto.  Manual de Estudos: curso oficial. Juiz de Fora: Grafcom, 2011, 159 p.
CAVALLINI, Marta. Como vencer o ''pânico'' da interpretação de textos.  G1. Disponível em: http://g1.globo.com/Noticias/Concursos_Empregos/0,,MUL159739-9654,00.html. Acesso em: 09/11/2012.

Fonte:http://professordiegolucas.blogspot.com.br/2012/03/como-interpretar-um-texto.html

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Dicas de Interpretação
Não só os alunos afirmam gratuitamente que a interpretação depende de cada um. Na realidade isto é para fugir a um problema que não é de difícil solução por meio de sofisma (=argumento aparentemente válido, mas, na realidade, não conclusivo, e que supõe má fé por parte de quem o apresenta).
Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretação de texto. Para isso, devemos observar o seguinte:
01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;
02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá até o fim, ininterruptamente;
03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo menos umas três vezes;
04. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas;
05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
06. Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;
07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor compreensão;
08. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto correspondente;
09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão;
10. Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de ...), não, correta, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se perguntou e o que se pediu;
11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais exata ou a mais completa;
12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de lógica objetiva;
13. Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais;
14. Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta, mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto;
15. Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a resposta;
16. Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor, definindo o tema e a mensagem;
17. O autor defende ideias e você deve percebê-las;
18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantíssimos na interpretação do texto.
Ex.: Ele morreu de fome.
de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização do fato (= morte de "ele").
Ex.: Ele morreu faminto.
faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava quando morreu.;
19. As orações coordenadas não têm oração principal, apenas as ideias estão coordenadas entre si;
20. Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado.
Nota: Diante do que foi dito, espero que você mude o modo de pensar, pois a interpretação não depende de cada um, mas, sim, do que está escrito. "O que está escrito, escrito está." 


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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Para ler e entender um texto é preciso atingir dois níveis de leitura:

_Informativa e de reconhecimento;
_Interpretativa.

A primeira deve ser feita cuidadosamente por ser o primeiro contato com o texto, extraindo-se informações e se preparando para a leitura interpretativa. Durante a interpretação grife palavras-chave, passagens importantes; tente ligar uma palavra à idéia-central de cada parágrafo.
A última fase de interpretação concentra-se nas perguntas e opções de respostas. Marque palavras com NÃO, EXCETO, RESPECTIVAMENTE, etc, pois fazem diferença na escolha adequada.
Retorne ao texto mesmo que pareça ser perda de tempo. Leia a frase anterior e posterior para ter idéia do sentido global proposto pelo autor.


ORGANIZAÇÃO DO TEXTO E IDÉIA CENTRAL

Um texto para ser compreendido deve apresentar idéias seletas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela idéia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto.

Podemos desenvolver um parágrafo de várias formas:
1. Declaração inicial;
2. Definição;
3. Divisão;
4. Alusão histórica.


Serve para dividir o texto em pontos menores, tendo em vista os diversos enfoques. Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um espaçamento da margem esquerda. Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a idéia central extraída de maneira clara e resumida. Atentando-se para a idéia principal de cada parágrafo, asseguramos um caminho que nos levará à compreensão do texto.


OS TIPOS DE TEXTO

Basicamente existem três tipos de texto:

Texto narrativo;
Texto descritivo;
Texto dissertativo.

Cada um desses textos possui características próprias de construção.

DESCRIÇÃO

Descrever é explicar com palavras o que se viu e se observou. A descrição é estática, sem movimento, desprovida de ação. Na descrição o ser, o objeto ou ambiente são importantes, ocupando lugar de destaque na frase o substantivo e o adjetivo.
O emissor capta e transmite a realidade através de seus sentidos, fazendo uso de recursos lingüísticos, tal que o receptor a identifique. A caracterização é indispensável, por isso existe uma grande quantidade de adjetivos no texto.

Há duas descrições:

Descrição denotativa

Descrição conotativa.


DESCRIÇÃO DENOTATIVA

Quando a linguagem representativa do objeto é objetiva, direta sem metáforas ou outras figuras literárias, chamamos de descrição denotativa. Na descrição denotativa as palavras são utilizadas no seu sentido real, único de acordo com a definição do dicionário. Exemplo:

Saímos do campus universitário às 14 horas com destino ao agreste pernambucano. À esquerda fica a reitoria e alguns pontos comerciais. À direita o término da construção de um novo centro tecnológico. Seguiremos pela BR-232 onde encontraremos várias formas de relevo e vegetação.

No início da viagem observamos uma típica agricultura de subsistência bem à margem da BR-232. Isso provavelmente facilitará o transporte desse cultivo a um grande centro de distribuição de alimentos a CEAGEPE.


DESCRIÇÃO CONOTATIVA

Em tal descrição as palavras são tomadas em sentido figurado, ricas em polivalência. Exemplo:
João estava tão gordo que as pernas da cadeira estavam bambas do peso que carregava. Era notório o sofrimento daquele pobre objeto.
Hoje o sol amanheceu sorridente; brilhava incansável, no céu alegre, leve e repleto de nuvens brancas. Os pássaros felizes cantarolavam pelo ar.

NARRAÇÃO

Narrar é falar sobre os fatos. É contar. Consiste na elaboração de um texto inserindo episódios, acontecimentos. A narração  difere da descrição. A primeira é totalmente dinâmica, enquanto a segunda é estática e sem movimento. Os verbos são predominantes num texto narrativo. O indispensável da ficção é a narrativa, respondendo os seus elementos a uma série de perguntas:

1. Quem participa nos acontecimentos? (personagens);
2. O que acontece? (enredo);
3. Onde e como acontece? (ambiente e situação dos fatos).
4. Fazemos um texto narrativo com base em alguns elementos:
5. O quê? - Fato narrado;
6. Quem? – personagem principal e o anti-herói;
7. Como? – o modo que os fatos aconteceram;
8. Quando? – o tempo dos acontecimentos;
9. Onde? – local onde se desenrolou o acontecimento;
10. Por quê? – a razão, motivo do fato;
11. Por isso: - a conseqüência dos fatos.


No texto narrativo, o fato é o ponto central da ação, sendo o verbo o elemento principal. É importante só uma ação centralizadora para envolver as personagens. Deve haver um centro de conflito, um núcleo do enredo. A seguir um exemplo de texto narrativo:
Toda a gente tinha achado estranha a maneira como o Capitão Rodrigo Camborá entrara na vida de Santa Fé. Um dia chegou a cavalo, vindo ninguém sabia de onde, com o chapéu de barbicacho puxado para a nuca, a bela cabeça de macho altivamente erguida e aquele seu olhar de gavião que irritava e ao mesmo tempo fascinava as pessoas. Devia andar lá pelo meio da casa dos trinta, montava num alazão, trazia bombachas claras, botas com chilenas de prata e o busto musculoso apertado num dólmã militar azul, com gola vermelha e botões de metal.
(Um certo capitão Rodrigo – Érico Veríssimo)


A relação verbal emissor – receptor efetiva-se por intermédio do que chamamos  discurso. A narrativa se vale de tal recurso, efetivando o ponto de vista ou foco narrativo. Quando o narrador participa dos acontecimentos diz-se que é narrador-personagem. Isto constitui o foco narrativo da 1ª pessoa. Exemplo:

Parei para conversar com o meu compadre que há muito não falava. Eu notei uma tristeza no seu olhar e perguntei:
- Compadre por que tanta tristeza?
Ele me respondeu:
- Compadre minha senhora morreu há pouco tempo. Por isso, estou tão triste.
Há tanto tempo sem nos falarmos e justamente num momento tão triste nos encontramos. Terá sido o destino?
Já o narrador-observador é aquele que serve de intermediário entre o fato e o leitor. É o foco narrativo de 3ª pessoa. Exemplo:
O jogo estava empatado e os torcedores pulavam e torciam sem parar. Os minutos finais eram decisivos, ambos precisavam da vitória, quando de repente o juiz apitou uma penalidade máxima. 
O técnico chamou Neco para bater o pênalti, já que ele era considerado o melhor batedor do time. Neco dirigiu-se até a marca do pênalti e bateu com grande perfeição. O goleiro não teve chance. O estádio quase veio abaixo de tanta alegria da torcida. Aos quarenta e sete minutos do segundo tempo o juiz finalmente apontou para o centro do campo e encerrou a partida.

FORMAS DE DISCURSO

Discurso direto;
Discurso indireto;
Discurso indireto livre.

DISCURSO DIRETO

É aquele que reproduz exatamente o que escutou ou leu de outra pessoa. Podemos enumerar algumas características do discurso direto:
-Emprego de verbos do tipo: afirmar, negar, perguntar, responder, entre outros;
-Usam-se os seguintes sinais de pontuação: dois-pontos, travessão e vírgula. Exemplo:
O juiz disse:
-O réu é inocente.

DISCURSO INDIRETO

É aquele reproduzido pelo narrador com suas próprias palavras, aquilo que escutou ou leu de outra pessoa. No discurso indireto eliminamos os sinais de pontuação e usamos conjunções: que, se, como, etc. Exemplo:

O juiz disse que o réu era inocente.


DISCURSO INDIRETO LIVRE

É aquele em que o narrador reconstitui o que ouviu ou leu por conta própria, servindo-se de orações absolutas ou coordenadas sindéticas e assindéticas. Exemplo:
Sinhá Vitória falou assim, mas Fabiano franziu a testa, achando a frase extravagante. Aves matarem bois e cavalos, que lembrança! Olhou a mulher, desconfiado, julgou que ela estivesse tresvariando”. (Graciliano Ramos).

Fonte: http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/josebferraz/interpretacaotexto001.asp

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Análise e interpretação de texto

Para analisar e interpretar textos é preciso saber ler. Mas, como aprender a ler? Lendo. Alguém que deseje aprender a nadar terá de, inevitavelmente, entrar na água. O mesmo ocorre com a formação de um leitor: se ele não se dedicar ao exercício da leitura, debruçando-se sobre poemas, notícias e crônicas de jornal, romances, ensaios etc., jamais aprenderá a ler.
Mas a verdadeira leitura pressupõe compreensão. Não basta passar os olhos sobre as palavras, mas é preciso entender o significado delas - ou, pelo menos, aproximar-se do que o autor pretende transmitir. E, depois, para realmente analisar o objeto da nossa leitura, devemos proceder à identificação das características, dos atributos, das propriedades do texto.
Textos denotativos - um ensaio, uma dissertação, uma notícia ou reportagem - são escritos em linguagem conceitual. Esse tipo de texto - racional, que se apoia em conceitos, leis, princípios ou normas - pede do leitor uma postura objetiva.
Já os textos conotativos - a poesia e os gêneros de ficção, incluindo algumas crônicas - exigem de nós uma postura subjetiva, pois são escritos em linguagem poética. Ou seja, são textos que exploram aquele conjunto de alterações ou de ampliações que uma palavra pode agregar ao seu sentido literal (ou denotativo). Os meios para se alcançar esse tipo de expressão envolvem as diversas figuras de linguagem, a criação de personagens e uma infinidade de associações entre os vocábulos, criando, muitas vezes, um mundo à parte.

Para esses dois tipos de textos podemos estabelecer algumas regras gerais de leitura:

1. Cada novo texto é, também, um novo universo. Para apreender o que o autor pretende transmitir, devemos estar abertos ao novo. Então, antes de iniciar a leitura, procure esquecer o que lhe disseram sobre o autor - as críticas e os elogios -, e aproxime-se do texto sem preconceitos.
2. Se for um texto curto - artigo, notícia, crônica, conto, etc. -, leia-o integralmente, procurando captar o seu sentido geral, e só depois, reiniciando a leitura, proceda assim:
a) procure, no dicionário, cada uma das palavras desconhecidas ou cujo sentido lhe pareça estranho, duvidoso.
b) sublinhe ou circule, em cada parágrafo, a frase que expressa a ideia central daquele trecho.
c) faça anotações nas margens do texto, mas de maneira que elas expressem o seu pensamento, as suas interrogações, as suas concordâncias ou discordâncias, relacionando o texto às suas vivências pessoais e a outras leituras que você, porventura, tenha feito.
3. Se o texto for longo - romance, ensaio, tese, peça de teatro etc. - siga os passos acima, mas desde o primeiro momento da leitura.
4. Não tenha preguiça. A leitura exige, muitas vezes, que voltemos ao início do texto ou do capítulo, que retrocedamos alguns parágrafos, a fim de retomar certa ideia ou rever o comportamento, a fala de uma personagem.
5. À medida que você decodifica as palavras, procure relacioná-las com o todo. Ou seja, compreenda as palavras dentro do contexto (o conjunto de frases, o encadeamento do discurso).
6. Enquanto lê, estabeleça um duplo diálogo: com o autor e com você mesmo.
7. Quando o texto usar a linguagem conceitual, não faça uma leitura tímida: imagine-se concordando e, também, discordando das ideias expostas. Coloque-se no papel de defensor e de opositor. Depois, forme seu próprio julgamento.
8. Quando o texto utilizar a linguagem poética, imagine a cena, coloque-se no lugar das personagens. Muitas vezes, poemas e textos de ficção tratam de realidades completamente diferentes da nossa, o que exige uma leitura sem preconceitos. Não tenha receio: entre os gregos, transforme-se em grego.
9. Não seja um leitor crédulo, não acredite com facilidade em tudo que lê. Num texto conceitual, seja implacável com a argumentação do autor: ele realmente convenceu você? Quais as partes frágeis do texto? Quais as qualidades? Aja da mesma forma em relação ao texto poético: o enredo convenceu você? A história é verossímil (transmite a impressão de verdade) ou imperfeita, defeituosa? O bom leitor nunca é ingênuo.
10. Numa prova, não se esqueça:
a) leia o texto com calma, duas ou três vezes;
b) a cada questão, retorne ao texto e esclareça suas dúvidas;
c) esteja atento ao enunciado da questão, pois, muitas vezes, ele exigirá que você leia não só o trecho citado, mas um ou mais parágrafos.
d) muitas vezes, a resposta correta não corresponde exatamente ao que está no texto, mas apenas se aproxima do sentido geral.

Fonte: http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/portugues/analise-e-interpretacao-de-textos.htm

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Cinco dicas para você melhorar sua interpretação de texto
Descubra como treinar a leitura e compreender as informações de um enunciado para ter sucesso no vestibular

(Crédito: Dreamstime/Divulgação)
(Crédito: Dreamstime/Divulgação)
 
Quem está prestes a passar pelo vestibular sabe que parte da dificuldade das provas está em interpretar corretamente o enunciado das questões. Alguns professores afirmam, inclusive, que as respostas estão muitas vezes no próprio enunciado. Manter o hábito da leitura e saber analisar o texto são condições importantes para o sucesso do candidato em uma prova de vestibular. No dia do teste, o aluno precisa estar preparado para encarar diferentes gêneros e tamanhos de textos. Pensando nisso, conversamos com duas especialistas e preparamos cinco dicas para o vestibulando melhorar a interpretação e compreender todos os enunciados.

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1 – Mantenha o hábito da leitura

O treinamento é essencial para quem deseja alcançar o sucesso em qualquer atividade. Segundo a professora de literatura e gramática do Cursinho da Poli, Cristiane Bastos, é preciso treinar para saber interpretar um texto. "Ler faz com que o aluno aumente seu vocabulário e treine a interpretação. Candidatos ao vestibular podem também criar o hábito de ler textos longos para desenvolver a concentração", diz.
Jornais diários e revistas da preferência do aluno podem ser bons instrumentos de leitura. A professora do Instituto de Letras da Universidade de Brasília (UnB) e doutora em lingüística, Lucília Garcez, afirma que ler qualquer gênero textual e se atentar aos detalhes fazem com que o vestibulando desenvolva a capacidade de interpretação. "Crônicas, contos, jornais e revistas devem ser lidos diariamente para o aluno saber interpretar linguagem figurada e identificar múltiplos significados de uma mesma expressão", esclarece.

2 - Aprenda a resumir
Fazer fichamento antes da prova e resumir textos após a leitura são importantes também para a interpretação. A professora Cristiane indica que resumos dão ao aluno a capacidade de síntese. "Fazer um resumo depois de ler o texto ajuda a sintetizar. Dessa forma é possível reproduzir o que se entendeu de um texto longo, por exemplo, em poucas palavras", afirma.

3 – Leia mais de uma vez o mesmo texto ou enunciado

A boa compreensão de um texto é feita com mais de uma leitura. Na primeira, identificam-se as informações principais e após a segunda, o leitor consegue observar detalhes e entender o seu completo significado. Segundo Lucília, o aluno precisa entender do que se trata o texto e identificar outras questões. "Um texto ou enunciado deve ser lido mais de uma vez. O candidato ao vestibular pode, inclusive, grifar as principais informações. Na prova, é interessante que se leia a questão, leia as respostas e volte para a questão, para garantir um bom entendimento do que foi pedido", diz.

4 – Mantenha um diálogo com o texto
Depois de ler algumas vezes e grifar os principais pontos do texto é importante que o aluno faça perguntas para si referentes à leitura. A professora Lucília explica que questionar-se sobre o que acabou de ler faz com o que candidato ao vestibular preste atenção em cada detalhe e consiga interpretar o texto. "Ele deve se perguntar qual o gênero textual, que ideia aquele texto defende e responder questões relacionadas às informações grifadas durante a leitura", confirma.
 

5–Identifique gênero, referências e outros detalhes

Após a leitura e ao fazer questionamentos para si sobre o que está estudando, o aluno deve identificar cada detalhe disposto no texto. Saber se é uma reportagem, um texto literário ou outro gênero é o primeiro passo. Depois, é interessante identificar a autoria, descobrindo se é de algum jornalista conhecido ou de alguma autoridade, por exemplo.

Lucília afirma que outros detalhes são importantes também, como analisar o papel de cada voz que aparece no texto, saber se ele faz referência a um fato histórico ou a outros textos e separar diferentes tipos de informação. "O aluno deve ler algumas vezes, grifar o que achar importante, identificar a ideia defendida pelo texto e a partir daí compreender quem fala, se há linguagem figurada, se o texto se refere a um fato marcante e se a autoria é de uma pessoa conhecida. Assim, ele treina seu poder de interpretação e conseguirá enxergar todas as informações inseridas nos enunciados do vestibular", finaliza.

http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2011/09/19/868350/cinco-dicas-voce-melhorar-sua-interpretaco-texto.html


Fonte: Agência Hélice ? especial para o Universia

 Página pesquisada7


Intelecção, Compreensão, Leitura, Análise e Interpretação de Textos 

COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS NA PRÁTICA
Autor: Equipe Mundo Texto

A compreensão e interpretação de textos, através da ótica das provas de concursos públicos e vestibulares, é simplesmente entender o conteúdo do texto focado, isto é, limita-se rigorosamente ao que o texto diz, de maneira explícita ou implicitamente.
Ao se fazer a compreensão e interpretação de textos, não se deve preocupar-se com o subjetivismo, a moral, o emocional, que seu conteúdo possa inspirar. Deve-se ficar restrito àquilo de que o texto trata, às ideias explícitas e implícitas que seu autor expõe. As experiências de vida do intérprete não interessam à compreensão e interpretação de textos.
Para um perfeito entendimento do que acabamos de afirmar, leia o texto e a pertinente questão aplicada em prova de concurso público do MPU, pela organizadora FCC, com adaptações nossas:
Os mitólogos costumam chamar de imagens de mundo certas estruturas simbólicas pelas quais, em todas as épocas, as diferentes sociedades humanas fundamentaram, tanto coletiva quanto individualmente, a experiência do existir. Ao longo da história, essas constelações de ideias foram geradas quer pelas tradições étnicas, locais, de cada povo, quer pelos grandes sistemas religiosos. No Ocidente, contudo, desde os últimos três séculos uma outra prática de pensamento veio se acrescentar a estes modos tradicionais na função de elaborar as bases de nossas experiências concretas de vida: a ciência. Com efeito, a partir da revolução científica do Renascimento as ciências naturais passaram a contribuir de modo cada vez mais decisivo para a formulação das categorias que a cultura ocidental empregará para compreender a realidade e agir sobre ela.
No texto acima, o autor
A. ...
B. ratifica a ideia, construída ao longo da trajetória humana, de que o pensamento científico é a via mais eficaz para o conhecimento da realidade.
C. atribui a idiossincrasias culturais as distintas representações daquilo que legitimaria as práticas humanas.

D. ...
E. expressa sua compreensão de que, fora do âmbito racional, não há base sólida que fundamente a vida dos seres humanos.

Uma pessoa, simpatizante do espírito científico, ou seja, que tende a aceitar somente aquilo que pode ser explicado pela razão, seria fortemente influenciada a considerar verdadeira a opção "B" ou a "E". Além disso, o autor faz expressivas alusões ao caráter científico nos dois últimos períodos, que formam mais da metade do parágrafo em análise. Tudo isso constitui forte carga de influência para quem tem que resolver a questão e, ainda por cima, sob a coação do tempo, como o é em concursos públicos. Vista sob esse aspecto, a tarefa de compreensão e interpretação de textos está seriamente comprometida pelas armadilhas representadas por essas duas opções acima referidas.
Como para cada veneno há um antídoto apropriado, essas "pegadinhas", em compreensão e interpretação de textos, podem ser evitadas, se prestarmos mais atenção ao verbo que indica a ação ou posição do autor sugerida em cada alternativa. Na alternativa "B", o verbo é "ratifica a ideia, construída ao longo da trajetória humana, ...", e, na alternativa "E", é "expressa sua compreensão de que, ...". Como se trata de um parágrafo cujo texto é do tipo descritivo (descrição de realidades em determinadas épocas), longe está a possibilidade de o autor "ratificar alguma ideia", como também de "expressar sua compreensão". Situações, essas, próprias de textos dissertativos.
Deixamos de mencionar as opções "A" e "D" por fugirem do tema influência da subjetividade do intérprete cuja importância pretendemos destacar em compreensão e interpretação de textos.
Em compreensão e interpretação de textos, há uma categoria de questões do tipo "Pode-se inferir do texto que ...". O que se pede, nessa classe de questões, não está explícito no texto, isto é, não está escrito. Tem-se que chegar à alternativa correta por conclusão, deduzir por raciocínio. Por exemplo, se encontrarmos em um texto a seguinte afirmação: "Aquela lata velha foi o meu primeiro carro.", podemos inferir, sem nenhum temor, que o autor possuiu mais de um carro. A palavra "primeiro", da afirmação em análise, dá margem a essa conclusão.
Observe o texto e a respectiva questão, a seguir.
(FCC - CADEP, com adaptações para a nova ortografia)
A cultura, e consequente organização social, política e econômica dominante na sociedade contemporânea, ainda é aquela que começou a nascer no século XVI, quando um conjunto de inovações tecnológicas num contexto histórico favorável contribuiu para o início do enterro do Antigo Regime, no qual a Terra estava no centro do universo, a ordem social era imutável e a Igreja, junto com o poder absolutista, tinha o monopólio da informação.
A prensa de Gutenberg estava entre as inovações tecnológicas que contribuíram para a ascensão do mundo burguês. E os seus principais produtos - o livro e o jornal - foram entendidos durante muitos anos pela ordem dominante como ferramentas subversivas. Esta subversão gestou e gerou o mundo em que vivemos. Um mundo onde a iniquidade social ainda incomoda e assusta, mas no qual todas as barreiras para a geração de riqueza e de conhecimento foram derrubadas, num processo que também gerou a onda de inovação que estamos vivendo e a possibilidade de darmos o próximo salto.
Não é função da indústria pensar a educação. A missão de qualquer empresa é lutar com todas as suas forças para crescer e se perpetuar. Mesmo quando isso vai de encontro aos interesses da comunidade em que está inserida. Ela jamais poderá pensar com a devida isenção numa plataforma de serviços focada em educação.
Por isso mesmo, nenhum representante da indústria de tecnologia poderia ter sido pioneiro num projeto de educação fundamentado nas profundas e dramáticas mudanças que a cibernética tem trazido para as nossas vidas.>

É correto inferir do texto que seu autor,
A. como jornalista que é, questiona a importância do livro e do jornal no mundo contemporâneo, como instrumentos essenciais para a divulgação do conhecimento.
B. ao apontar a importância de algumas inovações tecnológicas do mundo moderno, reconhece a importância da cibernética para os projetos educacionais.
C. pensando em um projeto de educação eficaz, afasta qualquer possibilidade de envolvimento de empresas, a despeito do interesse que elas possam demonstrar.
D. ao reconhecer a inoperância do empresariado, especialmente na área da cibernética, ignora o impacto que essa tecnologia poderia causar em um projeto educacional.
E. como defensor do desenvolvimento tecnológico, propõe uma educação voltada especificamente para a indústria da informática, base da integração social.




Esse tipo de questão exige atenção redobrada do intérprete. Seja pela resposta não estar explicitamente no texto, seja pelas requintadas sugestões das opções errôneas. Vamos, então, à compreensão e interpretação do texto, opção por opção.
Trata-se de um texto dissertativo. Cuidado! Há períodos muito longos, que podem comprometer o trabalho de compreensão e interpretação de texto.
Na opção "A", afirma-se que o autor "questiona a importância do livro e do jornal no mundo contemporâneo". Ora, questionar é levantar um assunto como questão, como foco de discussão. E isso não ocorre em relação ao livro e ao jornal, aos quais faz uma breve referência, como principais produtos da prensa de Gutenberg. Aqui, a compreensão e interpretação de texto nos aponta esta opção como INCORRETA.
A alternativa "C" é um primor de "pegadinha" e começa com a forma verbal "pensando". O terceiro parágrafo do texto em análise, inicia e termina por frase cujo verbo é "pensar". Espero que o leitor tenha percebido a forçada de barra da FCC, saturando a mente do intérprete com o verbo pensar. Vamos começar analisando as sentenças desta opção. Primeiramente, coloca-se todo o período composto em ordem direta para facilitar a compreensão e interpretação de texto, obtendo-se: "(O autor) afasta qualquer possibilidade de envolvimento de empresas, pensando em um projeto eficaz, a despeito do interesse que elas possam demonstrar."
A primeira sentença, por si só, já é suficiente para indicar algum indício de incoerência. A propósito, duvide sempre de sentenças absolutistas do tipo "nunca, jamais, qualquer, todo etc.". E que temos, então? Nada mais, nada menos que uma dessas sentenças (" afasta qualquer possibilidade") em dissonância com o último período do terceiro parágrafo do texto, que afirma "Ela jamais poderá pensar com a devida isenção numa plataforma de serviços focada em educação." Assim sendo, é admitida a possibilidade de "ela (a empresa) pensar", interessar-se, envolver-se em educação, desde que SEM A DEVIDA ISENÇÃO. Portanto, nem todas as possibilidades de envolvimento foram afastadas. Superada a barreira da "isenção", é possível o envolvimento da empresa com educação. É bom que se destaque que o verbo pensar pode ser tomado no sentido de envolver-se, interessar-se etc. Essa equivalência semântica verbal é ocorrência bastante comum em compreensão e interpretação de textos.
A opção "D" já é reprovada na primeira frase, uma vez que o autor não considera o empresariado inoperante em nenhuma área, muito menos na área da cibernética. Uma ou outra "colher de chá", como essa, sempre ocorre em compreensão e interpretação de texto, ou seja, a constatação imediata e fácil da inconsistência de uma opção.
Na opção "E", também a primeira frase já a descredencia como verdade, uma vez que o autor não defende o desenvolvimento tecnológico. A compreensão e interpretação de texto, aqui, também não oferece nenhuma dificuldade aparente.
A RESPOSTA CORRETA ESTÁ NA ALTERNATIVA "B", na qual o autor "aponta a importância de ALGUMAS inovações tecnológicas", em vez de "defender o desenvolvimento tecnológico", como ressalta, erroneamente, a opção "E". Na alternativa "B", que é a CORRETA, o autor apenas "reconhece a importância da cibernética (ciência que se relaciona a organismos vivos e máquinas) para a educação", em vez de propor qualquer coisa, como também indica, indevidamente, a opção "E". Em compreensão e interpretação de textos, como se pode notar, a opção verdadeira deve ser legitimada tanto pela sua harmonia com o texto em análise quanto pela contradição a outras alternativas que a ela aparentam assemelhar-se.
Depreende-se da resolução desta questão a importância da significação dos verbos. O conhecimento daquilo que o verbo quer dizer é a chave para fazer inferências, ou seja, conclusões às quais se chega por deduções. Por exemplo, há uma visível distinção entre "reconhecer o livro e o jornal como principais produtos da prensa de Gutenberg" (segundo parágrafo do texto) e "questionar a importância do livro e do jornal.", conforme atesta a alternativa "A". A mensagem expressa pelo verbo é ponto meritório em compreensão e interpretação de textos.
Numa outra base de compreensão e interpretação de textos, veja a opção "C", que afirma que o autor "afasta qualquer possibilidade" de envolvimento de empresas, enquanto, no último período do texto, esse envolvimento é restringido apenas para manter-se a isenção. Em compreensão e interpretação de textos, também tenta-se pegar o incauto intérprete em armadilhas grotescas como a da opção "D", a qual refere-se à inoperância do empresariado, fato que não encontra eco no contexto analisado. A importância da significação do verbo volta à baila na questão "E", que usa falsamente a forma "defender", ao passo que o autor, em seu texto, apenas "aponta" a importância de algumas tecnologias. Mais adiante, a mesma alternativa indica, também de modo errado, que o autor propõe, enquanto, no texto analisado, o referido autor não faz nenhuma proposta.
Assim, você acabou de conhecer o lado prático da compreensão e interpretação de textos. Mesmo por meio de uma exposição muito resumida, acredita-se que ela lhe preste algum auxílio na formação de sua sólida base para o pleno entendimento de textos.

Fonte: http://www.mundotexto.com.br/compre/compreensao_pratica.html


Tópicos relacionados

Roteiro para interpretação de texto

Depois das nossas dicas para escrever melhor, vamos agora publicar um roteiro para interpretação de texto.
Se você tem dificuldade de responder às questões do teste de interpretação textual, faça o seguinte na hora da prova:

1. Leia o texto no mínimo duas vezes. Na primeira leitura, atenha-se ao conteúdo; na segunda, veja como o texto está articulado, desenvolvido.
2. Observe as relações interparágrafos. Um parágrafo geralmente mantém com outro uma relação de continuação, conclusão ou falsa oposição. Identifique muito bem essas relações.
3. Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja, a ideia mais importante.
4. Leia com muito cuidado os enunciados das questões, sem pressa, para entender bem a pergunta.
5. Grife palavras como "correto" ou "incorreto", evitando, assim, uma confusão na hora da resposta.
6. Não dê muito valor ao que o autor quis dizer, mas sim ao que ele disse, expressou no texto.
7. Identifique os personagens principais e secundários e centre-se nas características físicas e psicológicas deles.
8. Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia principal, leia com atenção a introdução e/ou a conclusão.
9. Se o enunciado focar o item argumentação, concentre-se no desenvolvimento.
10. Olhe com especial atenção os pronomes relativos, pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc., chamados vocábulos relatores, porque remetem a outros vocábulos do texto. 

DICAS - INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
As questões de interpretação de textos vêm ganhando espaço nos concursos públicos. Também é a partir de textos que as questões normalmente cobram a aplicação das regras gramaticais nos grandes concursos de hoje em dia.
Por isso, é cada vez mais importante observar os comandos das questões. Normalmente o candidato é convidado a:
·   idenficar:
Reconhecer elementos fundamentais apresentados no texto. 
·   comparar:
Descobrir as relações de semelhanças ou de diferenças entre situações apresentadas no texto.
·   comentar:
Relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito.
·   resumir:
Concentrar as idéias centrais em um só parágrafo.
·   parafrasear:
Reescrever o texto com outras palavras.
·   continuar:
Dar continuidade ao texto apresentado, mantendo a mesma linha temática.
Por isso, o professor Guerra considera que são condições básicas para o candidato interpretar textos: o conhecimento histórico (aí incluída a prática da leitura), o conhecimento gramatical e semântico (significado das palavras, aí incluídos homônimos, parônimos, sinônimos, denotação, conotação), e a capacidade de observação, de síntese e de raciocínio.

Roteiro para interpretar textos:               
1. Ler atentamente todo o texto, procurando focalizar sua idéia central. 
2. Interpretar as palavras desconhecidas através do contexto.
3. Reconhecer os argumentos que dão sustentação à idéia central. 
4.    Identificar as objeções à idéia central;
5. Sublinhar os exemplos que forem empregados como ilustração da idéia central. 
6. Antes de responder às questões, ler mais de uma vez todo o texto, fazendo o mesmo com o enunciado de cada questão.
7. Evite responder “de cabeça”. Procure localizar a resposta no texto. 
8. Se preferir, faça anotações à margem ou esquematize o texto.
9.    Se o comando pede a idéia principal ou tema, normalmente deve situar-se no primeiro parágrafo (introdução) ou no último (conclusão).
10.  Se o comando busca argumentação, deve localizar-se os parágrafos intermediários (desenvolvimento).

Erros comuns de interpretação:  
   
EXTRAPOLAÇÃO (viagem):
· Ocorre quando o candidato sai do contexto, acrescentando idéias que não estão no texto, normalmente porque já conhecia o tema por uso de sua imaginação criativa.
· Portanto, é proibido viajar.
REDUÇÃO:
· É o oposto da extrapolação.
· Dá-se atenção apenas a um ou outro aspecto, esquecendo-se de que o texto é um conjunto de idéias.
CONTRADIÇÃO:
· É comum as alternativas apresentarem idéias contrárias às do texto, fazendo o candidato chegar a conclusões equivocadas, de modo a errar a questão.
· Portanto, internalize as idéias do autor e ponha-se no lugar dele.
· Só contradiga o autor se isso for solicitado no comando da questão. Exemplo: “Indique a alternativa que apresenta idéia contrária à do texto”.

Tipologia Textual

DISSERTAÇÃO:
· É a exposição de opiniões fundamentadas em argumentos e raciocínio. Divide-se em introdução (apresenta o assunto de forma direta, sem rodeios), desenvolvimento (mostra dados, idéias, argumentos e exemplos que sustentam a sua posição), e conclusão (fecha o assunto; pode ser na forma de síntese ou sugestões, sem espaço para continuar a discussão).
NARRAÇÃO: 
· É discorrer sobre um fato, um acontecimento. Nela predominam os verbos de ação. Os elementos da narração são personagem (quem participa do fato), tempo (momento do fato), ambiente (local), narrador (quem conta: 1a ou 3a pessoa) e enredo (o encadeamento das ações).
DESCRIÇÃO: 
· É um “retrato verbal” do que vemos ou sentimos. É difícil encontrar um texto exclusivamente descritivo. Normalmente encontramos trechos descritivos inseridos numa narração ou dissertação.

Saiba Diferenciar

COESÃO x COERÊNCIA:
·       Coesão: Aspectos formais do texto. São erros de coesão: má concordância, pronomes indevidos e palavras inapropriadas.
·       Coerência: Aspectos implícitos do texto (ligados ao sentido textual). Exemplo de erro de coerência: “A polícia e a justiça são as duas mãos de um mesmo braço”.
DENOTAÇÃO x CONOTAÇÃO:
·       Denotação: É o sentido real: “Os raios de sol adentraram pela imensa janela”.
·       Conotação: É o sentido figurado: “Seu olhar eram raios de sol a iluminar-me”.
PARÁFRASE x PERÍFRASE:
·       Paráfrase: É a reescritura do texto, mantendo-se o mesmo significado.
·       Perífrase: É a substituição de palavras por expressões que indicam algo de si:
“Fui à Cidade Maravilhosa” (=RJ).
“O Rei do Futebol chegou” (=Pelé).



  Observe estes erros:
 Tautologia é o vício de repetir uma idéia com palavras diferentes.
Evite escrever ou falar:
Elo de ligação
Acabamento final
Certeza absoluta
Como prêmio extra
Juntamente com
Há anos atrás 
Vereador da cidade
Relações bilaterais entre dois países
Outra alternativa
Detalhes minuciosos
A razão é porque
Anexo(a) junto à carta
Sua livre escolha
Superávit positivo
Vandalismo criminoso
Todos foram unânimes
A seu critério pessoal
Conviver junto
Encarar de frente
Multidão de pessoas
Amanhecer o dia
Criação nova
Empréstimo temporário
Compartilhar conosco
Surpresa inesperada
Escolha opcional
Continua a permanecer
Passatempo passageiro
Atrás da retaguarda
Repetir outra vez
Voltar atrás
Abertura inaugural
Obra-prima principal
Gritar bem alto
Comparecer em pessoa
Demasiadamente excessivo
Individualidade inigualável
Abusar demais
Exceder em muito

 Fonte: http://www.cursosolon.com.br/intextos.htm

10 dicas para interpretar um texto

leituraInterpretar um texto não é uma arte, é algo que todos nós deveríamos teoricamente estar aptos a fazer depois de devidamente alfabetizados, mas na verdade sabemos que na prática isso não é bem assim. Vários fatores podem contribuir para que tenhamos mais ou menos dificuldades para interpretar, como nossa cultura geral, se dominamos ou não o assunto tratado no texto, o vocabulário empregado e também o estilo do autor. Textos em estilo rebuscado, cheios de termos técnicos e frases longas (como essas que incluí aqui) podem confundir e o resultado vai deixar a desejar.
Não há como “ensinar” a interpretar um texto com um artigo apenas, é um longo processo que depende de uma ação global que leva tempo, mas aqui váo algumas dicas que poderão ajudar.
1- Leia todo o texto antes de começar a responder as perguntas. É necessário pelo menos saber do que se trata antes de tentar achar respostas. Desista da ideia de “ganhar tempo” sem ter que ler tudo, apenas “escaneando” as partes do texto que têm as respostas que procura. Para confundir, algumas vezes o que é afirmado em uma parte do texto é depois desmentido em outra parte mais abaixo. Veja no exemplo abaixo:
“Primeiramente escolhemos a segunda-feira para nossas reuniões mensais mas depois percebemos que esse era também o dia do maior número de faltas entre os funcionários, então optamos por transferir nossas reuniões para a terça-feira.
Se a pergunta for: “Em que dia acontecem as reuniões citadas no texto?” e você só ler a primeira parte, vai optar erroneamente pela opção “segunda-feira”, quando no final do mesmo parágrafo está escrito que elas foram transferidas para a terça-feira. Você tem que ler tudo antes de começar a responder para não cair nessa armadilha.
2- Leia o enunciado das perguntas antes de responder. Parece óbvio mas mais de um candidato perdeu pontos em provas de vestibular e concursos porque não reparou que o enunciado era: “marque a resposta que não é verdadeira” e, presumindo que deveria marcar a verdadeira, marcou a primeira que encontrou no texto e seguiu adiante. E isso nos leva à terceira dica.
3- Leia atentamente todas as alternativas antes de escolher. Uma alternativa que pode parecer verdadeira vai parecer menos apropriada depois que você tiver lido todas as outras. Nem sempre a primeira que parece verdadeira realmente é. Leia todas antes de se decidir.
4- Se as alternativas forem muito parecidas grife com o lápis a parte que é diferente. Nosso cérebro trabalha melhor com uma quantidade menor de informações de cada vez. Grifando as partes diferentes você irá focar apenas na parte que é diferente, já que a parte que é igual não irá determinar a alternativa correta. Veja nas alternativas abaixo e entenderá o que quero dizer:
a) O suspeito chegou ao escritório às 9 da manhã.
b) O suspeito deixou ao escritório às 9 da manhã.
c) O suspeito deu uma saída às 9 da manhã mas voltou logo em seguida.
d) O suspeito ficou no escritório por 9 horas.
Agora que já grifou a parte diferente, precisa voltar ao texto e ver se há referência à manhã (se não houver, já elimina a, b e c, sobrando apenas d); se retornou (elimina a, b, d e sobra c); e assim por diante.
5- Quando uma resposta pode estar contida em duas partes do texto grife-as e compare com cuidado. No exemplo dado na dica 1, você grifaria: “escolhemos a segunda-feira” e “optamos por transferir… terça-feira.” Depois você verá que se uma data é “escolhida” e depois “transferida”, vale a data para a qual foi transferida.
6- Preste atenção às palavras que parecem não ter importância. Essas palavras podem fazer toda a diferença. Veja as frases abaixo:
a) Ela não queria ir conosco, mas concordou no final.
b) Ela queria ir conosco, porém discordou no final.
c) Ela queria ir conosco, e concordou no final.
d) Ela não queria ir conosco, portanto discordou no final.
Vemos que há poucas diferenças nas frases, mas em a e c ela foi, enquanto que em b e d ela não foi. Também notem que em a e d ela não queria ir a princípio, enquanto que em b e c ela já demonstrou essa disposição de início. As palavras que determinam as diferenças são: não, mas, porém, e, portanto. Se você só lê superficialmente não vai perceber essas diferenças.
7- Em caso de dúvida, tente reduzir sua margem de erro. Se achar difícil responder a uma questão com quatro alternativas, tente reduzí-las a pelo menos duas, eliminando as que não podem ser. Geralmente esses testes contém pelo menos duas questões que são absurdas ou que podem ser eliminadas à primeira leitura. Com quatro questões em aberto, chutando sua margem de acerto será de 25% (a de erro será 75%, portanto bem maior). Eliminando duas respostas sua margem se equilibra, você tem 50% de chances de acertar ou errar. Não é o ideal mas a estatística já é bem mais favorável.
8- Responda primeiro o que sabe. Ficar perdendo tempo com questões mais difíceis fará com que acabe errando as mais fáceis. Nosso emocional pode nos ajudar ou atrapalhar e nós é que decidimos o que vai ser. Leia e se não conseguir achar a resposta, marque um “x” ao lado das questões que não consegue responder de primeira, responda as outras e siga assim, “pulando” e marcando as mais difíceis e resolvendo as mais fáceis. Quando terminar com as fáceis retorne às difíceis, se não puder responder reduza a duas alternativas e chute. Se você não sabe não há como descobrir a resposta.
9- Tente visualizar o que está escrito. Muitas vezes o que faz sentido no papel, quando visualizado não fará mais sentido e veremos que trata-se de uma “pegadinha”. Quando você lê “e ela entrou porta adentro esbravejando”, tente imaginar essa cena, assim ficará mais fácil entender o texto, as intenções do autor e perceber possíveis discrepâncias nas alternativas apresentadas.
10- Mantenha a calma. Não importa se o texto é longo, se é difícil, se há muitas questões. Desesperar-se só irá causar um bloqueio mental que o fará errar tudo e provocará o famoso e temido “branco”. Melhor responder calmamente (e corretamente) 70% das questões e chutar as outras (se não der tempo de resolver todas) do que fazer tudo às pressas e se enrolar todo.
 
  

LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

I -  ESTRUTURAÇÃO GLOBAL DO TEXTO  
                                            
1)  O CONCEITO DE TEXTO
            Todo texto é construção. Isso significa que texto não é um amontoado de frases, mas um conjunto organizado, no qual seja possível identificar partes e estabelecer relações entre as partes e entre os elementos que as compõem. O texto também dialoga com as idéias da sociedade e da época em que foi produzido. Perceber esse diálogo faz parte da busca do tema ou assunto que sustenta qualquer texto.
     Todo texto revela urna intenção. Quanto mais clara for a intenção para quem escreve, melhor poderão ser  trabalhados os recursos pertinentes a cada estrutura. E por fim há a figura do leitor que, para se comunicar com o autor,  tem apenas o texto.  O texto deve, portanto, conter todas as informações necessárias - e somente as necessárias - para comunicar ao leitor aquilo que  pretende.
                                      
2) TIPOLOGIA TEXTUAL
       Tudo o que se escreve recebe o nome genérico de redação ou composição textual. Basicamente, existem três tipos de redação: narração (base em fatos), descrição (base em caracterização) e dissertação (base em argumentação). Cada um desses tipos redacionais mantém suas peculiaridades e características.                                                                      
                                
A) Tipologia  de  acordo  com  a  estrutura
. Narrativos
       Modalidade textual em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Estamos cercados de narrações desde que nos contam histórias infantis como Chapeuzinho Vermelho ou Bela Adormecida, até as picantes piadas do cotidiano.
Exemplo:
        Numa tarde de primavera, a moça caminhava a passos largos em direção ao convento. Lá estariam a sua espera o irmão e a tia Dalva, a quem muito estimava. O problema era seu atraso e o medo de não mais ser esperada...

. Descritivos
          Tipo de texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, por sua função caracterizadora. Numa abordagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos.
Exemplo:
        Seu rosto era claro e estava iluminado pelos belos olhos azuis e contentes. Aquele sorriso aberto recepcionava com simpatia a qualquer saudação, ainda que as bochechas corassem ao menor elogio. Assim era aquele rostinho de menina-moça da adorável Dorinha.
Observação:
Normalmente, narração e descrição mesclam-se nos textos; sendo difícil, muitas vezes, encontrar textos exclusivamente descritivos.

. Dissertativos
         Estilo de texto com posicionamentos pessoais e exposição de idéias. Tem por base a argumentação, apresentada de forma lógica e coerente a fim de defender um ponto de vista. É a modalidade mais exigida nos concursos em geral, por promover uma espécie de “raio-X” do candidato no tocante a suas opiniões. Nesse sentido, exige dos candidatos mais cuidado em relação às colocações, pois também revela um pouco de seu temperamento, numa espécie de psicotécnico.
Exemplo:
Tem havido muitos debates em torno da ineficiência do sistema educacional do Brasil. Ainda não se definiu, entretanto, uma ação nacional de reestrutura do processo educativo, desde a base ao ensino superior.
O texto dissertativo é dirigido a um interlocutor genérico, universal; a carta argumentativa pressupõe um interlocutor específico para quem a argumentação deverá estar orientada.                                                  
                                                
3) TIPOS  DE DISCURSO
Assim como as pessoas, os personagens de uma narração podem se expressar através da fala. Damos o nome de discurso à fala dos personagens em uma narração.
Há três tipos de discurso: o discurso direto, o discurso indireto e o discurso indireto livre. 

1.Discurso  Direto
Observe esse trecho do texto de Stanislaw Ponte Preta:
“Em lá chegando, pediu audiência a Satanás e perguntou:
— Qual é o lance aqui?”
O narrador, após introduzir o personagem, deixa que ele se expresse por suas próprias palavras. Observe, no exemplo, que a fala “Qual é o lance aqui?” foi dita pelo próprio personagem-falecido e reproduz (ou tenta reproduzir) fielmente aquilo que ele teria dito a Satanás naquele instante. Temos ai um exemplo de discurso direto.
No discurso direto, a fala do personagem é normalmente acompanhada por um verbo de elocução (verbo que introduz a fala do personagem: dizer, falar, responder, perguntar, afirmar, etc.) entre o qual e a fala do personagem não há conectivo, mas uma pausa marcada, na escrita, por sinal de pontuação (em geral dois-pontos e travessão).

2.Discurso  Indireto
Observe, agora, esse outro trecho de Stanislaw Ponte Preta “Ele agradeceu muito e disse a Satanás que ia dar uma voltinha para escolher
o seu departamento.”
Nesse caso, o personagem da história não fala com suas próprias palavras O narrador é quem reproduz com suas próprias palavras aquilo que o personagem teria dito. Temos aí um exemplo de discurso indireto.
No discurso indireto, há também a presença de verbo de elocução (que será núcleo do predicado da oração principal) seguido de oração subordinada introduzida por conectivo.

3.Discurso  Indireto  Livre
     O discurso indireto livre é um tipo de discurso misto, em que se associam as características do discurso direto e do discurso indireto. Nele a fala do personagem se insere sutilmente no discurso do narrador, permitindo-lhe revelar aspectos psicológicos do personagem, já que esse tipo de discurso pode rev&ar o fluxo do pensamento do personagem através de uma fala marcada por hesitações.
No discurso indireto livre, a fala do personagem não é marcada por verbo de elocução ou por sinais de pontuação. “O padeiro saiu a informar que não havia pão.Por quê? Onde estava o pão?”

B) Tipologia  de  acordo  com  a  intencionalidade 
a) Gêneros  Textuais
 Muito se tem falado sobre a diferença entre "tipos textuais" e "gêneros textuais". Alguns teóricos denominam dissertação, narração e descrição como "modos de organização textual", diferenciando-os das nomenclaturas específicas que são consideradas "gêneros textuais".
A fim de simplificar o entendimento de diversos estudos em torno desse assunto, foi criado o quadro abaixo, pautando-se no estudo de Luiz Antônio Marcushi.

* INFORMATIVOS -  Modalidade  textual  usada  para fins  didáticos,  isto  é,  para  ensinar.  É  muito  comum  nos  livros  didáticos;  Português, História, Geografia,  Ciências,  etc.   A  sua  ênfase  está  no  conteúdo  que  se  quer  transmitir. Também  é  usado   em  jornais,  revistas,  TV,  e  outros  meios  de  comunicação  que  fornecem  notícias,  comunicados,  etc.

* PERSUASIVOS Modalidade  de  texto  em  que se procura  convencer  alguém  de  alguma  coisa,  isto  é,  que  o  leitor  se  deixe  influenciar  pela  sua  leitura.  Muito  usado  nos  comerciais  ( propagandas)  veiculados  em  jornais,  revistas,  TV,   rádio,  outdoors,  cartazes,  etc.

* LÚDICOS - Modalidade  textual  destinada  à distração,  ao  entretenimento.  São  geralmente  textos  literários,  como  crônicas,  contos,  novelas,  romances.  Também  as  piadas,  charges,  tirinhas,  e  outros  do  gênero,  são  considerados  lúdicos,  pois  pretendem  divertir  o  leitor.

b)  Gêneros  Discursivos 

* Crônica: Por vezes é confundida com o conto. A diferença básica entre os dois é que a crônica narra fatos do dia a dia, relata o cotidiano das pessoas, situações que presenciamos e já até prevemos o desenrolar dos fatos. A crônica também se utiliza da ironia e às vezes até do sarcasmo. Não necessariamente precisa se passar em um intervalo de tempo, quando o tempo é utilizado, é um tempo curto, de minutos ou horas normalmente.
 
*Carta:  Pode  ser  formal  ou  informal.  Como  exemplo  de  carta  formal  temos  as  cartas  comerciais.  As  que  escrevemos  para  familiares,  amigos,  conhecidos, são  cartas informais.

*Notícia: A noticia é o mais simples e banal dos textos jornalísticos. É definida, tanto por autores como por jornalistas, através de critérios de seleção dos acontecimentos. Mário Erbolato afirma que a notícia deve ser recente, objetiva e ter interesse público. Já Nilson Lage afirma: “poderemos definir notícia como o relato de uma série de fatos a partir do fato mais importante, e este de seu aspecto mais importante”. O Manual de Redação da Folha de São Paulo aponta que  a notícia é a “informação que se reveste de interesse jornalístico, puro registro  dos fatos, sem comentário nem interpretação.”
  
*Reportagem: A reportagem busca mais: partindo da própria noticia, desenvolve uma seqüência investigativa que não cabe na noticia”.
  
*Editorial:  Expressa  a  opinião do editor sobre  assunto  em  destaque  no  momento, através  de  argumentos e  análise  dos  fatos.

*Charge:  Satiriza  um  fato  específicoOs  personagens  muitas  vezes  são  personalidades  públicas  ( políticos,  governantes...).   Pode  usar  linguagem  verbal,  não-verbal  ou  as  duas  juntas.  São  publicadas  em  jornais  e  revistas.  
                        


* Tira:  Tem  como  característica  o  fato  de  ser uma  piada  com  2,  3  ou  4  quadrinhos,    e  geralmente  ter  um  personagem  fixo,  em  torno  do  qual agem  outros.  O  tema  sempre  é  sobre  algum  aspecto  a  condição  humana.

       
* Receita:  É  um  tipo  e  texto  que  tem  forte  apelo  popular,  pois  é  comum  as  pessoas  passarem  receitas  uma para  as  outras.   Quem  não  gosta  de  uma  receita  de  comida,  por  exemplo?                     
                              
5) Exemplos  de  questões  sobre  tipos  de  textos

                     
Greenpeace inicia expedição de alerta ao aquecimento
O Greenpeace iniciou, ontem, em Manaus, a expedição “Salvar o planeta. É agora ou agora” para alertar a população sobre problemas causados pelo aquecimento global. A expedição, que vai durar até março, levará o barco da organização Artic Sunrise ainda a Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Rio de Janeiro e Santos.
Nos fins de semana, o navio estará aberto à visitação, com entrada gratuita. Durante as visitas, membros da organização vão fazer palestras aos visitantes sobre os problemas causados pelas mudanças climáticas. -
Segundo material de divulgação da expedição, a organização destaca que “é preciso um esforço global que compartilhe responsabilidades entre cidadãos, governos, iniciativa privada e sociedade civil organizada”.
Para a organização, o Brasil exerce posição importante no combate as mudanças climáticas, já que figura entre as dez maiores economias do mundo e é o quarto maior poluidor do mundo. Os desmatamentos e o mau uso do solo, principalmente na Amazônia, são responsáveis por 75% das emissões brasileiras de gases do efeito estufa. A destruição da floresta amazônica libera todos os anos mais de 800 milhões de toneladas de gás carbônico.                                                                                                                                                                                                                (Tribuna Impressa, 08/0 1/2009)

1. Observe as afirmações abaixo:
I. O texto é uma notícia e, assim como a entrevista, a reportagem e o editorial, é um gênero jornalístico.
II — O objetivo do gênero textual notícia é relatar acontecimentos recentes, fatos novos de interesse do público
    em geral.
III — Entre os gêneros jornalísticos, há os que priorizam a informação e os que priorizam o comentário. O texto I prioriza comentário.
Das proposições acima, estão em conformidade com o texto:
a) apenas I e III.   b) apenas I e II.         c) apenas II e III.         d) I, II e III.

2. Considere as afirmações do Texto 1 para marcar (V) para Verdadeiro e (F) para Falso:
 (  ) Apresenta somente discurso indireto, em que o autor expõe, com suas palavras, o que outros dizem.
 (  ) Predominam verbos no pretérito perfeito e presente do indicativo, na 3ª pessoa.
 (  ) A sequência tipológica predominante é narrativa.
A sequência correta é:
a)V-V-V.       b)V-F--V.                 c)F-V-V.                 d) F - F - V.

3. Observe a linguagem empregada no Texto 1 e marque a afirmação correta:

a) A linguagem é impessoal, clara, objetiva, direta, acessível a qualquer leitor.
b) A linguagem é pessoal, indireta, emprega palavras de uso não corrente na língua.
c) A variedade linguística é coloquial e faz uso de gírias.
d) A linguagem é impessoal, subjetiva, indireta, mas de compreensão por qualquer leitor.


4. Observe as afirmações abaixo  sobre o texto acima:
I -- O texto faz uma crítica aos resultados da Conferência de Copenhague.
II — O gênero discursivo do texto é “charge”.
III — Há uma relação entre “chocolate” e Copenhague, bem como entre “pizza” e Brasil.
IV — Infere-se que não vai haver mudança, conforme o ditado popular “tudo acabou em pizza”, implícito no texto.
Das proposições acima, estão em conformidade com o texto:
     
a) apenas I, II e III.      b) apenas II, III e IV.    e) apenas II e III.         d) I, II, III e IV.
                                       
Gabarito: 1) b, 2) d, 3) a, 4) d
                         
II - COMPREENSÃO GLOBAL DO TEXTO

1)  Idéias  Principais  e  Secundárias
O processo de compreensão de texto consiste, basicamente, na identificação de idéias de um texto, para isso é necessário, portanto, buscar:
a) a idéia principal, isto é, a idéia básica;
b) as idéias secundárias, tudo o que o autor escreve para comprovar, analisar a idéia principal;
c) o reconhecimento de palavras ou expressões que possam dar validade ao entendimento das idéias expressas no texto.
Assim, na interpretação de texto o que interessa é o próprio texto, por isso, tudo o que é necessário para justificar o nosso entendimento encontra-se nele ou dele se depreende. Para responder às questões de compreensão de textos, observe o seguinte:
.  atenha-se exclusivamente ao texto;
.  proceda através da eliminação de hipóteses;
. compare o sentido das palavras, às vezes uma única palavra pode indicar a melhor alternativa;
.tente encontrar o tópico frasal, a idéia principal, ou seja, a frase que melhor sintetize o texto.

2)  Informações Literais e Inferências
Muitas vezes, os leitores reconhecem e compreendem as palavras de um texto, mas se mostram incapazes de perceber .satisfatoriamente o seu sentido como um todo.
Em primeiro lugar, é preciso esclarecer que o texto nem sempre fornece todas as informações possíveis. Há  elementos  implícitos  que  precisam  ser  recuperados  pelo  leitor para a produção do sentido. A partir de elementos presentes no texto, estabelecemos relações com as informações implícitas. Por isso, o leitor precisa estabelecer relações dos mais diversos tipos entre os elementos do texto e o contexto, de forma a interpretá-lo adequadamente. Algumas atividades são realizadas com esse objetivo. Entre elas está a produção de pressuposições, inferências ou subentendidos.
Pressuposição: é o conteúdo que fica à margem da discussão, é o conteúdo implícito. Assim, a frase “José parou de beber ” veicula  a  pressuposição  de  que  José  bebia  antes;“José passou a estudar à noite” contém a pressuposição de que antes estudava de dia, mas contém também a pressuposição de que ele não estudava antes, dependendo da ênfase colocada em passar a ou em à noite.
Vale lembrar que, nestes exemplos, a pressuposição é marcada lingüisticamente pela presença dos verbos parar de, passar a. Existem também pressuposições que não apresentam marca línguística; estes tipos de pressuposição denominam-se inferências ou subentendidos.
Inferências: são informações normais que não precisam ser explicitadas no momento da produção do texto; são também chamadas de subentendidos.
O exemplo seguinte ajuda a entender esta noção: “Maria foi ao cinema, assistiu ao filme sobre dinossauros e voltou para casa.”
Lendo esta frase, o leitor recupera os conhecimentos relativos ao ato de ir ao cinema: no cinema existem cadeiras, tela, bilheteria; há uma pessoa que vende bilhetes, outra que os recolhe na entrada; a sala fica escura durante a projeção, etc. Enfim, isto não precisa ser dito explicitamente. Se assim não fosse, que extensão teriam nossos textos para fornecer, sempre que necessário, todas estas informações?
Daí a importância das inferências na interação verbal. Se quiséssemos dizer que Maria não conseguiu ver o filme até o final, isto teria que ser explicitado, porque, normalmente, a pessoa vê o filme inteiro.
A retomada do texto através de inferências é feita com base em conteúdos semânticos não manifestados, ao contrário do que se passa com os processos de informação literais.

Exemplos de questões:  
                                         

                                                             
A palavra
                                                                                    Rubem Braga
Tanto que tenho falado, tanto que tenho escrito como não imaginar que, sem querer, feri alguém? Às vezes sinto, numa pessoa que acabo de conhecer, uma hostilidadesurda, ou uma reticência de mágoas. Imprudente ofício é este, de viver em voz alta.
Às vezes, também a gente tem o consolo de saber que alguma coisa que se disse por acaso ajudou alguém a se reconciliar consigo mesmo ou com a sua vida de cada dia; a sonhar um pouco, a sentir uma vontade de fazer alguma coisa boa. Agora sei que outro dia eu disse uma palavra que fez  bem a alguém. Nunca saberei que palavra foi; deve ter sido alguma frase espontânea e distraída que eu disse com naturalidade porque senti no momento – e depois esqueci.
Tenho uma amiga que certa vez ganhou um canário, e o canário não cantava. Deram-lhe receitas para fazer o canário cantar; que falasse com ele, cantarolasse, batesse alguma coisa ao piano; que pusesse a gaiola perto quando trabalhasse em sua máquina de costura;
que arranjasse para lhe fazer companhia, algum tempo, outro canário cantador; até mesmo que ligasse o rádio um pouco alto durante uma transmissão de jogo de futebol... mas o canário não cantava.
Um dia a minha amiga estava sozinha em casa, distraída, e assobiou uma pequena frase melódica de Beethoven – o canário começou a cantar alegremente. Haveria alguma secreta ligação entre a alma do velho artista morto e o pequeno pássaro de ouro?
Alguma coisa que eu disse distraído – talvez palavras de algum poeta antigo – foi despertar melodias esquecidas dentro da alma de alguém. Foi como se a gente soubesse que de repente, num reino muito distante, uma princesa muito triste tivesse sorrido. E isso fizesse bem ao coração do povo; iluminasse um pouco as suas pobres choupanas e as suas remotas esperanças.

1. Assinale a alternativa correta que indica inferência em relação ao texto de Rubem Braga.
(A) Somente pessoas tristes é que despertam com melodias esquecidas dentro da alma de alguém.
(B ) As palavras têm, às vezes, o poder de nos irritar em qualquer etapa da vida.
(C ) As nossas remotas esperanças precisam de um sorriso de princesa que vive num reino muito distante.
(D ) À semelhança da narrativa do autor, determinada palavra pode nos remeter ao passado e trazer momentos de alegria na vida.
(E ) Pessoas que não sabem viver em voz alta são hostis e cheias de mágoas, por isso uma frase espontânea não lhe faz bem algum.


De qualquer maneira, a COP15, como muitas das outras reuniões sobre o clima, continuou tangenciando o problema. Se as mudança climáticas são basicamente consequência de um modelo fundado na queima de combustíveis fósseis e no consumismo, tais causas deveriam estar — e não estão — no primeiro plano dos debates. Vê-se que a sociedade humana ainda não levou às ultimas consequências a constatação de que é esse modelo de funcionamento que precisa ser alterado. E de que essa tarefa global deve estar acima de conveniências nacionais

1. Leia o último parágrafo e assinale a alternativa que NÃOd, apresenta um termo indicativo de pressuposição:
a) “outras”    b) “continuou”  c) “ainda”                 d) “funcionamento”

2. No último parágrafo do texto, encontram-se vários termos que indicam o modo como o autor se posiciona frente ao que diz. Assinale a única alternativa que NAO contém esse termo.
a) basicamente  b) deveriam   c) estão d) precisa

3.O gênero discursivo em que se classifica o texto lido é:
a) artigo de opinião  b) reportagem c) notícia          d) editorial

Gabarito: 1) d, 2) a, 3) d                                     
                           
3) Significado  de  Palavras  e Expressões

Vocabulário/Sentido das Palavra  
O ideal seria que as palavras de uma língua tivessem um significado único, correpondessem a apenas uma idéia. Porém, isso não ocorre em nenhum idioma, e o que determina o valor de cada uma delas é o contexto, o sentido que queremos dar-lhes.                                                                                                    
Esses variados sentidos situam-se em dois planos: denotação e conotacão, compreendendo dois aspectos: denotativo ou  literal   e conotativo ou contextual.
Sentido denotativo ou literal é o que pode ser tomado como sentido “básico” de uma palavra ou expressão e que pode ser apreendido sem ajuda do contexto. isto é, quando uma palavra é tomada no seu valor usual ou denotativo, vaie dizer, praticamente naquele que lhe atribuem os dicionários. asse sentido comum ou usual das palavras e enunciados costuma caracterizar os textos informativos e objetivos. 
Sentido conotativo ou contextual: quando a palavra é usada em seu valor afetivo, contextual. Seu sentido não é tomado literalmente, mas ampliado e modificado de acordo com a opinião ou sentimento, que variam conforme a sensibilidade, a cultura e os hábitos do falante ou ouvinte, do autor ou leitor. A conotação é muito usada na poesia, na propaganda, na música, na imprensa e na coloquialidade.

Exemplos de questões:
1. Em “... guarda as mesmas manchas e o mesmo taco solto de outras primaveras” (primeiro parágrafo), a palavra que substitui o termo em destaque, sem alterar o sentido da frase, é:
    a) emoções.         b) épocas.      c) salas.         d) imagens.        e) vontades.

Resposta:  b                                         

4) Coesão  Textual
A redação de um bom texto depende da articulação de idéias e palavras. Na elaboração de um texto coeso empregam-se, de forma adequada, elementos coesivos que formam uma estrutura clara e coerente nas frases.                      
Há vários recursos linguísticos que podem ser usados para unir orações e parágrafos, criando uma unidade textual. Entre eles destacam-se: conjunções, preposições, pronomes e advérbios.Um elemento de coesão bastante usado é a conjunção e, que indica adição, continuidade. Além desse, os elementos de coesão mais comuns, que podem ser citados de acordo com os sentidos que expressam, são: por isso, pois (causa e conseqüência); mas, contudo, embora (contraste, oposição); além disso, também, à3 nem (adição, continuação); segundo, conforme (semelhança, comparação); principalmente, sobretudo (prioridade, relevância); por exemplo, ou seja (esclarecimento); logo, dessa forma, portanto (conclusão).
Se esses  elementos forem mal empregados, o texto será uma junção desconexa de frases, com uma linguagem  ambígua e incoerente. É preciso atenção na escolha do conetivo adequado para unir e organizar todas as partes de um texto.
                                                  
5) Coerência textual
A coerência textual resulta da relação harmoniosa entre as idéias apresentadas num texto. Refere-se, dessa forma, ao conteúdo, ou seja, à sequência ordenada das opiniões ou fatos expostos de forma coerente, sem contradições ao que se afirma para os interlocutores.
                                                
Exemplos de questões:
1.A Igreja Católica pediu perdão aos povos indígenas, por conta do que os bispos chamam de
2.Erros e ambigüidades do processo de colonização. É sempre bom que as igrejas procurem ajustar
3.Suas verdades eternas à moral terrena, necessariamente cambiante.  Mas o ato da CNBB deve ser
4.Entendido como um gesto político, demagógico ou humanitário, conforme se queira, feito no
5.Presente e que se esgota no presente. Embora toda carnificina seja horrível em si, não faz sentido
6.Aplicar parâmetros morais de hoje a homens imersos em outra cultura, na qual conduta diversa era
7.Impensável.  Os portugueses, por exemplo, não poderiam estar mais imbuídos da idéia de que seu
8.Dever era exterminar o que chamamos atualmente de o “Outro”, com maiúscula. Eles vinham de uma
 9.Guerra santa - contra os muçulmanos, seus arquiinimigos na África e na Ásia - e estavam por entrar
10.Em outra, contra a heresia protestante.
11.A separação entre Estado e Igreja mal começava a nascer, então, no norte europeu. Nos
12. Países do  sul, como Portugal, nem havia como distinguir as duas entidades, de tal forma elas
13. Estavam imbricadas num mesmo esforço nacional em que a conquista, seja de riquezas, seja de
14. Almas, mas  parecia também como uma coisa só. A noção de “erros e ambigüidades” é igualmente
15. Enganosa, pois pressupõe que seria possível uma colonização “correta”, o que equivale a ignorar - ou
16. Pretender superar pelo mero enunciado de boas intenções - a violência intrínseca das energias
17. Desencadeadas sempre que duas culturas em desnível técnico se encontram.
(Adaptado de: FRIAS FILHO, Otávio. Mil perdões, Folha de São Paulo, 09 de março de 2000.)

1. Assinale a alternativa que faz uma afirmação INCORRETA a respeito do emprego dos recursos de coesão no texto.
(A)  Na linha 3, a expressão o ato da CNBB substitui o que está expresso na primeira frase do texto.
 (B) O pronome que (l.5) refere-se a gesto político (l.4).
(C)  O  uso do pronome Eles (l. 8)  produz uma ambigüidade que só pode ser desfeita por informações contextuais.
(D) Na linha 10, constrói-se uma referência anafórica adequada, por meio do pronome outra, que  retoma o antecedente guerra santa (l. 9).
(E) Tanto a expressão as duas entidades (l.12)  quanto o pronome elas (l. 12) referem-se a  Estado    e Igreja (l. 11).

2. Os itens abaixo apresentam sugestões de reescrita da seguinte frase, adaptada do texto:  Embora toda carnificina seja horrível em si, não faz sentido aplicar parâmetros morais de hoje a homens imersos em outra cultura.
I - Toda carnificina é horrível em si, sendo que não faz sentido aplicar parâmetros morais de hoje a homens imersos em outra cultura.
II - Sendo toda carnificina horrível em si, não faz sentido aplicar parâmetros morais de hoje a homens   imersos em outra cultura.
III - Toda carnificina é horrível em si; porém, não faz sentido aplicar parâmetros morais de hoje a homens imersos em outra cultura.
IV – Por mais que seja horrível em si toda carnificina, não faz sentido aplicar parâmetros morais de    hoje a homens imersos em outra culturQuais delas são semanticamente equivalentes ao original?
(A) Apenas I e II.   (B) Apenas I e III.   (C) Apenas II e IV   (D)  Apenas III e IV.  (E)I, II, III e IV.

3. Das alterações feitas na redação do período “Só que. depois que a ‘dependência’ se instala, o vício continuará evoluindo mesmo que o salário não seja mais problema”, houve alteração de sentido na seguinte forma:
A) Só que, depois da instalação da “dependência”, o vício continuará evoluindo, não sendo mais problema o salário.
B) Só que, após a instalação da “dependência”, continuará o vício evoluindo, apesar de não ser mais problema o salário,
C) Só que, depois de a “dependência” se instalar, continuará evoluindo o vício, a despeito de o salário não ser mais problema.
D) Só que, depois de se instalar a “dependência”, o vício continuará evoluindo, porquanto o salário não será mais problema.
E) Só que, depois que se instala a “dependência”, o vício vai continuar evoluindo, mesmo o salário não sendo mais problema.

4. São muito boas as perspectivas para o agronegócio brasileiro.
O País tem grande estoque de terras apropriadas para a agricultura.
Há expressivo aumento da demanda mundial por produtos agrícolas.
As frases acima organizam-se em um único período com clareza, lógica e correção em:
(A) Tendo em vista o expressivo aumento da demanda mundial por produtos agrícolas e o grande estoque de terras apropriadas para a agricultura no País, são muito boas as perspectivas para o agronegócio brasileiro.
(B) É muito bom ter as perspectivas para o agronegócio brasileiro, conquanto há expressivo aumento na demanda mundial de produtos agrícolas, visto que o Pais tem grande estoque de terras apropriadas para a agricultura.
(C) O País tem grande estoque de terras apropriadas para a agricultura, com o expressivo aumento da demanda mundial por produtos agrícolas, por isso é muito bom pelas perspectivas para o agronegócio brasileiro.
(D) Há expressivo aumento da demanda mundial por produtos agrícolas, entretanto o Pais, com grande estoque de terras apropriadas para a agricultura, que têm tido muito boas perspectivas para o agronegócio brasileiro.
(E) O agronegócio brasileiro, com suas boas perspectivas no País de grande estoque de terras apropriadas para a agricultura, são sem dúvida um expressivo aumento que a demanda mundial faz dos produtos agrícolas.

Gabarito: 1)c, 2) d, 3) a, 4)

                                           
III- ESTUDO DE TEXTOS
Texto 1
Representantes dos maiores bancos brasileiros reuniram-se no Rio de Janeiro para discutir um tema desafiante. Falaram sobre a necessidade de estabelecer mecanismos de controle sobre o oceano de incertezas que cerca o mercado financeiro e, assim, atenuar os solavancos
que volta e meia ele provoca na economia mundial. Na mais recente crise — a do mercado de hipotecas de alto risco dos Estados Unidos —, os bancos americanos amargaram perdas
superiores a aoo bilhões de dólares. A turbulência decorrente  do estouro de mais essa bolha ainda não teve suas conseqüências totalmente dimensionadas. A questão que se coloca é até que ponto é possível injetar alguma previsibilidade em um mercado tão interconectado, gigantesco e que tem o risco no DNA. O único consenso é que o mercado precisa ser mais transparente. O investidor tem o direito de ser informado sobre a composição do produto que estiver comprando e o grau de risco que está assumindo.                    
(Veja. 12/3/2008 — com adaptações)
                
1.Com relação às informações do texto acima e à sua organização, julgue os itens de 1 a 5, marcando CERTO ou  ERRADO.
a.(   ) Infere-se da argumentação do texto que a crise do mercado de hipotecas nos Estados    
   Unidos foi causada pela falta de transparência desse mercado para o investidor.
b.(   )Mantendo-se a correção gramatical e a coerência do texto, é possível deslocar a oração
para discutir um tema desafiante” que expressa uma finalidade, para o início do período,fazendo-se os devidos ajustes nas letras maiúsculas e acrescentando-se uma vírgula logo após   “desafiante”.
c.( ) No texto, ele refere-se a “tema desafiante” e essa bolha refere-se a “turbulência”.
d.( )Preservam-se a coerência da argumentação e a correção gramatical do texto ao se inserir um sinal de dois-pontos depois da primeira ocorrência de “é”  e um ponto de interrogaçãodepois de “DNA”.
e.(   ) É possível inferir do texto que o fato de o mercado ser “interconectado” , “gigantesco” e
    ter “o risco no DNA” dificulta a adoção de mecanismos de controle sobre ele.

Texto  2
                                  
 Domésticas mantêm traços da escravidão
              Quase toda família de classe média brasileira tem uma trabalhadora doméstica ou uma diarista. Estima-se que mais de 6 milhões de mulheres exerçam essa função no país, das quais cerca de 1oo mil são sindicalizadas. Apesar dessa expressividade, o grupo ainda não conquistou direitos básicos de outras categorias, mantendo semelhanças, em alguns aspectos, com os escravos do Brasil Colônia.
          De acordo com estudo do sociólogo Joaze Bernardino-Costa, após 70 anos de história de organização política, esse público continua privado, por exemplo, da regulamentação da jornada de trabalho e do FGTS, que hoje é facultativo e depende da boa vontade do empregador.

Segundo Bernardino-Costa, as autoridades e a sociedade devem ser mais sensíveis à categoria, que reúne um conjunto único de características ligadas à exclusão.
Primeiro, encontram-se na base da pirâmide social, tradicionalmente subjugada pelas demais classes. Em segundo lugar, exercem atividades que se aproximam de reminiscências da escravidão. Por fim, abrangem, em sua maioria, um público ligado a três fatores históricos de discriminação: gênero, classe e raça.
Desta forma, a agenda política das domésticas incorpora um ponto de vista único e estratégico, uma vez que vivenciam, na prática, a bandeira de diferentes movimentos. “As trabalhadoras domésticas nos impõem a revisão do nosso pacto de nação”, diz o pesquisador.
        (Internet: www.secom.unb.br — com adaptações)            

2. Assinale a opção correta a respeito da estruturação do texto.
a) O período que inicia o texto indica que o tema central é a família de classe média brasileira.
b) O segundo parágrafo se caracteriza por apresentar uma estrutura narrativa.
c) Os argumentos apresentados pelo sociólogo, em sua pesquisa sobre as trabalhadoras domesticas, são de natureza quantitativa.
d) A expressão “Desta forma” (E.22) introduz a conclusão do texto.
e) O último parágrafo do texto contém um exemplo de discurso indireto.

 Texto 3
As empresas se transformaram profundamente. Modernizaram sua tecnologia e seus métodos de gestão para tornarem-se competitivas e ajustarem-se às exigências da globalização. Mexeram em seus horários em razão dos interesses da produção, mas mantiveram-se, em sua esmagadora maioria, cegas e alheias à existência da vida privada de seus empregados. Parques industriais de última geração não rimam com o impressionante atraso no tratamento do que chamam de capital humano.
Se, atualmente, em raras empresas, já é aceitável que uma mulher reivindique tempo parcial de trabalho para dedicar-se à família, sem que isso a desqualifique aos olhos  do empregador, o mesmo não acontece com um homem. No caso improvável de uma reivindicação desse tipo, ele seria certamente percebido como portador de alguma característica pelo menos insólita, o que é uma dupla injustiça, porque condena os homens à imobilidade e à impossibilidade de mudança de mentalidade e de vida e as muilieres a assumir sozinhas a vida familiar.
Os poderes públicos, tão indiferentes quanto as empresas, continuam a encarar as instituições de acolhida a crianças e idosos como se fossem não a obrigação de uma
sociedade moderna e civilizada, mas como um favor feito às mulheres.
Os argumentos do custo exagerado dessas instituições e do seu peso insuportável em orçamentos precários fazem que a obrigatoriedade do Estado de oferecer as melhores condições de instrução e educação desapareça como prioridade.
Em relação à vida privada, não mudaram as mentalidades e, conseqüentemente, as responsabilidades não são compartilhadas. Se fossem, forçariam a reorganização do
mundo do trabalho.
                                
(Rosiska Darcy de Oliveira. Reengenharia do tempo.)

3. Acerca das idéias desenvolvidas no texto acima e das estruturas linguísticas nele utilizadas, julgue os próximos itens.
a. (   ) No primeiro parágrafo do texto, a autora aponta a dicotomia entre o desenvolvimento das empresas que efetivaram o processo de modernização e o atraso verificado no regime de  trabalho dos empregados dessas empresas.
b. (   ) Os termos “cegas” “rimam” e “aos olhos” foram empregados, no texto, em sentido  
     figurado.
c.(  ) A supressão do pronome “se” em “dedicar-se” acarretaria mudança de sentido do perfodo.
d. (  ) Na visão da autora do texto, a priorização de serviços de creches e de atendimento a idosos pelo Estado, bem como a mudança na organização do tempo no trabalho realizada pelas empresas, por si sós, acarretariam transformação no compartilhamento de responsabilidades na vida privada.

 Texto  4        
A PETROBRAS aumentou o investimento nos processos ambientais de seu negócio. Em 2007, a empresa investiu R$ 1,7 bilhão em redução de emissões de gases poluentes, gestão de consumo de água e energia. Diminuição do teor de contaminantes nos efluentes liberados para o meio ambiente e outros, que integram os aspectos ambientais das operações da companhia. Em 2006, O investimento havia sido de R$ 1,3 bilhão. A melhoria da qualidade e o desenvolvimento de novos produtos, como os biocombustíveis e outras fontes de energia alternativas, são
acompanhados por investimentos em pesquisa e tecnologia para o aperfeiçoamento do desem-penho ambiental dos processos e produtos da PETROBRAS. A empresa desenvolve e adapta tecnologias que permitam melhorar a ecoeficiência das operações, como técnicas para seqüestro de carbono, tratamento de resíduos sólidos e otimização do consumo de água e de energia. A visão da PETROBRAS é de que as questões ambientais não devem ser ações paralelas
ig ao negócio, mas sim componentes essenciais e prioritários de cada atividade desenvolvida.
                 (Internet: — com adaptações)

4.Julgue os próximos itens, acerca do texto apresentado acima.
a.(   ) A idéia principal do texto é a de que a PETROBRAS investe em pesquisas, desenvolve e aplica tecnologias para o aperfeiçoamento do desempenho ambiental dos processos de produção da empresa.
b.(   ) Infere-se das informações do texto que não são necessários novos investimentos na redução das emissões de gases poluentes, no uso racional de água e energia, no tratamento de resíduos sólidos e na diminuição do teor de contaminantes nos efluentes liberados na natureza, pois essas ações já foram adotadas.
c.(   ) A expressão “efluentes”  está sendo empregada com o sentido de resíduo, rejeito.

Texto  5
Linguagem. S.f 1. O uso da palavra articulada ou escrita como meio de expressão e de comuni-cação entre as pessoas.
              (Aurélio Buarque de H. Ferreira. Novo dicionário da língua portuguesa, p. 1.03).

Texto 6
Acho que se compreenderia melhor o funcionamento da linguagem supondo que o sentido é um efeito do que dizemos, e não algo que existe em si, independentemente da enunciação, e que envelopamos em um código também pronto. Poderiam mudar muitas perspectivas: se o sentido nunca é prévio, empregar ou não um estrangeirismo teria menos a ver com a existência ou não de uma palavra equivalente na língua do falante. O que importa é o efeito que palavras estrangeiras produzem. Pode-se dar a entender que se viajou, que se conhecem línguas. Uma palavra estrangeira em uma placa ou em uma propaganda pode indicar desejo de ver-se associado a outra cultura e a outro país, por seu prestígio.
                        (Sírio Possenti. A cor da língua. Mercado de Letras, 2002, p.37-8)
        
5. A partir da leitura dos dois textos acima, julgue os itens a seguir.
a.(   ) A comparação entre os dois textos mostra que, no segundo, a abrangência do conceito de linguagem é maior do que no primeiro, pois incorpora representações sociais de quem usa a linguagem.
b.(   ) Embora o vocábulo “articulada” admita várias acepções, o contexto do verbete em que 
está empregado permite identificar seu significado como falada.
c. (   ) No texto do verbete de dicionário, o valor de comparação da palavra “como” deixa subentender uma expressão mais complexa assim como.
d.(   ) O valor condicional da oração iniciada por “supondo”  permite sua substituição, no texto, por se supusermos, sem que sejam prejudicadas a coerência ou a correção gramatical.
e.(   ) O desenvolvimento da argumentação do segundo texto evidencia que o uso de uma palavra estrangeira está associado a prestígio.

Texto 7 (oral):
— Bom, primeiro resolvi fazer Medicina porque eu já estava em Biologia, né / Eu acho que foi mais assim por acomodação. Daí mamãe me falou da UNICAMP pra mim, né, e achei legal assim, né? Mamãe falou que tinha bastante campo científico, e tal, pesquisa.,. e aí eu fiquei interessada.
E a Engenharia de Alimentos era um campo assim ainda não desenvolvido e eu estava a fim de ver como era, né?
Eu não gostei. (...)

Texto  8  (escrito):
Pela primeira vez, optei por Medicina por mera acomodação, pois já estava no curso de Biologia. Antes de optar pela segunda vez Cá que na primeira não havia entrado), ouvi falar de curso novo da UNICAMP, um curso interdisciplinar, que daria margem à pesquisa e eu me interessei. Mas não gostei do curso e resolvi desistir.

(TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: Uma proposta para o ensino da gramática nos 1° e 2° Graus. Ed. Cortez)

6. Com base nos textos, avalie as afirmativas abaixo sobre as diferenças entre língua falada e língua escrita.
I. Na língua escrita culta, há maior cuidado com a seleção vocabular e com a precisão da
    informação.
II. Os marcadores discursivos desempenham, na língua oral, função similar à dos conectivos, no  texto escrito.
III. Há maior ocorrência de polissemia na fala do que na escrita.
Está(ão) correta(s), somente, a(s) afirmativa(s):
a) I            b) II             c) I e II                d) I e III              e) II e III

7. Dentre os fatores que evidenciam o maior planejamento discursivo do texto escrito em relação ao oral se encontra a(o):
a) ordenação dos eventos por meio dos adjuntos adverbiais.
b) caracterização de “acomodação” com o uso de “mera”.
c) utilização de indeterminação do sujeito no texto escrito na sentença “...ouvi falar de curso...”.
d) menor uso de pronomes pessoais oblíquos.
e) uso mais constante de pretérito perfeito do indicativo do que de pretérito imperfeito.

8. Organize os períodos abaixo de modo que o resultado componha um texto coerente e coeso.
I. Em relação ao modelo europeu, as alterações são bem discretas.
II. A Renault liberou esta semana as primeiras fotos de seu novo carro.
III.0 comunicado oficial da fábrica faz referência apenas ao bom espaço interno do carro.
IV. A maior mudança visual é o pára-choque dianteiro: nesse ponto a versào brasileira é igual à  que começou a ser produzida na Índia.

O resultado correto é:

a) I — II — IV — III                 b) II — I — IV — III               c) III — II — IV — I
d) III — IV — I — III        e) IV — II — I — III


Texto  9
                                                Duzentas gramas
Tenho um amigo que fica indignado quando peço na padaria “duzentas” gramas de presunto — já que a forma correta, insiste ele, é duzentos gramas. Sempre discutimos sobre os diferentes modos de falar. Ele argumenta que as regras de pronúncia e de ortografia, já que
existem, devem ser obedecidas, e que os mais cultos (como eu, um cara que traduz livros) devem insistir na forma correta, a fim de esclarecer e encaminhar gente menos iluminada.
Eu sempre argumento que, quando ele diz que só existe uma forma correta de falar, está usurpando um termo de outro ramo, que está tentando aplicar a ética à gramática, como se falar corretamente implicasse algum grau de correção moral, como se dizer “duzentas” significasse incorrer numa falha de caráter, e dizer duzentos gramas fosse prova de virtude e integridade.
Ele vem então com aquela de que se pode desculpar a moça da padaria quando fala “duzentas”, pois ela desconhece a norma culta, mas quanto a mim, que a domino, demonstro uma falha de caráter ao ignorá-la em benefício dos outros — só para evitar o constrangimento de falar diferente. “Quem sabe fazer o bem e não o faz comete pecado” — parece concluir.
Eu reconheço, sim, que falo de forma diferente dependendo de quem seja meu interlocutor. Às vezes uso deliberadamente formas como “tentêmo” ou “vou ir”. Pelo mesmo motivo, todas as gírias e dialetos locais me interessam. Não que — por exemplo—a decisão de dizer “duzentas” gramas seja consciente, uma premeditação em favor da inclusão social. É que, algumas vezes, a coisa certa a se fazer — sobretudo na linguagem falada — é ignorar a norma, ou pervertê-la. Quando peço “duzentas gramas de presunto, por favor”, a moça da padaria invariavelmente repete, como que para extorquir minha profissão de fé à norma inculta:
__ DUZENTAS?
— Duzentas, confirmo eu, já meio arrependido, mas caindo, ainda assim, em tentação.
                                    
  (Adaptado de Pauto Brabo, site A bacia das almas)

9. A posição do autor do texto em relação aos diferentes níveis de linguagem é a de quem:
a) por desconhecer a norma culta, não pode mostrar constrangimento quando não fala  corretamente.
b) por dominar a norma culta, sente-se à vontade para deturpá-la, sem que haja qualquer razão  para isso.
c) mesmo dominando a norma culta, não hesita em transgredi-la, quando isso favorece a comunicação com os outros,
d) por desconhecer a norma culta, despreza a presunção das pessoas que insistem em corrigir  quem fala incorretamente.
e) mesmo dominando a norma culta, desobedece-a sistematicamente, não importando a situação de uso da linguagem.

10. Atente para as seguintes afirmações:
I. A indignação do amigo deve-se ao fato de que o autor, que se apresenta como um homem culto, não domina as regras de pronúncia e de ortografia.
II. Para o amigo do autor, a desobediência à norma culta é sobremaneira indesculpável quando quem a infringe é aquele que não a desconhece.
III.0 autor comunga com seu amigo a convicção de que o uso da norma culta beneficia o interlocutor que ainda não a conhece.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em:
a)I, II e III                 b) I e II, somente               c) II e III, somente
d) I e III, somente      e) II, somente

11. No segundo parágrafo, a argumentação do autor diante da convicção do amigo quanto ao uso da linguagem pode ser assim resumida:
a) Deve-se desculpar o pecado de quem insiste em falar ou escrever de modo incorreto.
 b) Não  se deve contundir o plano da suposta correção da norma culta como plano ético das virtudes pessoais.
c) Mesmo quem desconhece a norma culta está virtualmente habilitado para um dia vir a dominá-la.
d) Quem se vale da linguagem espontânea demonstra ser mais virtuoso do que aquele que se vale  da norma culta.
e) O desconhecimento da norma culta prejudica apenas a comunicação, mas não implica falta de  caráter.

12. De acordo com o contexto, é irônica a seguinte frase:
a) (...) caindo, ainda assim, em tentação.
b) (...) as regras de pronúncia e de ortografia (...) devem ser obedecidas (...)
c) (..j pois ela desconhece a norma culta (..)
d) (...) algumas vezes, a coisa certa a se fazer é ignorar a norma
e) (...) todas as gírias e dialetos locais me interessam.

13.Considerando-se o contexto, na passagem em que a moça da padaria pergunta “DUZENTAS?”, repetindo a palavra ouvida:
a) a atendente demonstra compartilhar a mesma indignação do amigo do autor.
b) o amigo do autor encontraria uma razão para mudar de idéia quanto às suas convicções
linguísticas.
c) o autor demonstra seu constrangimento ao ser imediatamente corrigido por uma atendente.
d) o autor faz crer que a pergunta teria sido um pedido de confirmação da forma verbal por ele
utilizada.
e) a atendente demonstra sua satisfação em reconhecer o esforço do autor em se valer de uma  linguagem espontânea.
       ________________________________________________________________________
                                                
                                                     Secretária
                                                                                        Luís Fernando Veríssimo
            O teste definitivo para você saber se você está ou não integrado no mundo moderno é a secretária eletrônica. O que você faz quando liga para alguém e quem atende é uma máquina. Tem gente que nem pensa nisso. Falam com a secretária eletrônica com a maior naturalidade, qual é o problema? É apenas um gravador estranho com uma função a mais. Mas aí é que está. Não é uma máquina como qualquer outra. É uma máquina de atender telefone. O telefone (que eu não sei como funciona, ainda estou tentando entender o estilingue) pressupõe um contato com alguém e não com alguma coisa.
    A secretária eletrônica abre um buraco nesta expectativa estabelecida. É desconcertante. Atendem — e é alguém dizendo que não está lá!  Seguem instruções para esperar o bip e gravar a mensagem.
         É aí que começa o teste. Como falar com ninguém no telefone? Um telefonema é como aqueles livros que a gente gosta de ler, que só tem diálogos. É travessão você fala, travessão fala o outro. E de repente você está falando sozinho. Não é nem monólogo. É diálogo só de um.
               — Ahn, sim, bom, mmm... olha, eu telefono depois. Tchau.
             O “tchau” é para a máquina. Porque temos este absurdo medo de magoá-la. Medo de que a máquina nos telefone de volta e nos xingue, ou pelo menos nos bipe com reprovação. Sei de gente que muda a voz para falar com secretária eletrônica. Fica formal, cuida a construção da frase. Às vezes precisa resistir à tentação de ligar de novo para regravar a mensagem porque errou a colocação do pronome.
         Outros não resistem. Ao saber que estão sendo gravados, limpam a garganta, esperam o bip e anunciam:
                — De Augustin Lara...
              E gravam um bolero. Talvez seja a única atitude sensata.

1. “O teste definitivo para você saber...”; o vocábulo definitivo, nesse contexto, corresponde ao seguinte sinônimo:
a) inapelável         b) decisivo       c) determinado       d) derradeiro       e) aprovado

2. O item que mostra um desenvolvimento INADEQUADO do segmento sublinhado é:
a) “O teste definitivo para você saber  =  o teste definitivo para que você saiba.
b) “Ao saber que estão sendo gravados  =  quando sabem que estão sendo gravados.
c) “para regravar a mensagem”  =  para que regrave a mensagem.
d) “Seguem instruções para esperar o bip” = seguem instruções para que se espere o bip.
e) “como aqueles livros que a gente gosta de ler”  =  como aqueles livros que a gente gosta que se leiam.

3. “O teste definitivo para você saber se você está ou não integrado no mundo moderno é a secretária eletrônica”; a forma de reescrever-se esse segmento do texto que ALTERA o seu sentido original é:
a) Para você saber se está ou não integrado no mundo moderno, o teste definitivo é a secretária eletrônica.
b) A secretária eletrônica é o teste definitivo para você saber se está ou não integrado no mundo moderno.
c) É a secretária eletrônica o definitivo teste para você saber se está ou não integrado no mundo moderno.
d) Para você saber se está ou não integrado no mundo moderno, a secretária eletrônica é o teste definitivo.
e) O teste definitivo do mundo moderno para você saber se está ou não integrado nele é a secretária eletrônica.

4. O item em que o vocábulo PARA tem significado diferente de todos os demais é:
a) “O teste definitivo para você saber...”    
b) “O que você faz quando liga para alguém...”
c) “Seguem instruções para esperar o bip...”  
d) “Sei de gente que muda a voz para falar com a secretária...”
e) “...ligar de novo para regravar a mensagem.”

5. A frase do texto em que há claramente a personificação da secretária eletrônica por meio de uma ação humana que lhe é atribuída, é:
a) ‘Medo de que a máquina nos telefone de volta...”                 
b) “O tchau’ é para a máquina.”
c) “Porque temos este absurdo medo de magoá-la.”                  
 d) “Não é uma máquina como qualquer outra.”
 e) Sei de gente que muda a voz para falar com secretária eletrônica.”

6, “O que você faz quando liga para alguém e quem atende é uma máquina”. Nesse segundo período do texto, os elementos que estão em oposição semântica são:
 a) você / quem      b) faz / liga       c) liga / atende      d) alguém / máquina     e) o / uma

7. A frase abaixo que representa uma linguagem coloquial é:
a) “Tem gente que nem pensa nisso.”                
b) “Falam com a secretária eletrônica com a maior naturalidade.”
c) “Talvez seja a única solução sensata.”          
d) “E gravam um bolero.”
e) “É apenas um gravador estranho com uma função a mais.”

8. “Tem gente que nem pensa nisso. Falam com a secretária eletrônica com a maior naturalidade, qual é o problema?” A pergunta final desse segmento:
a) é feita pelo próprio autor do texto.
b) é questão atribuída à secretária eletrônica.
c) é da autoria da “gente que nem pensa nisso”.
d) parte de quem não é atendido pela secretária com naturalidade.
e) questiona o problema de não haver quem atenda o telefone.

9. “A secretária eletrônica abre um buraco nesta expectativa estabelecida”; a “expectativa” referida no texto é a de que:
a) se entre em contato com alguém.                 
b) se possa deixar um recado.
c) a secretária eletrônica esteja ligada.            
d) se possa seguir as instruções da máquina.
e) não tenham ligado a secretária eletrônica.

10. O trecho entre parênteses no segundo parágrafo — que eu não sei como funciona, ainda estou tentando entender o estilingue — tem a função de:
a) mostrar a competência tecnológica do autor do texto.
b) fazer pouco das máquinas modernas.
c) demonstrar a inadequação do autor diante das coisas modernas.
d) transmitir um tom crítico ao texto.
e) situar o texto em tempos passados.

11. “— Ahn, sim, bom, mmm...”; essas palavras Indicam, por parte de quem é atendido pela secretária eletrônica:
a) aborrecimento         b) hesitação       c) espanto        d) desilusão       e) admiração

12. O item em que o sentido da oração sublinhada está ERRADAMENTE indicado, é:
a) “O que você faz  quando liga para alguém e quem atende é uma máquina” — tempo.
b) “...regravar a mensagem  porque errou a colocação do pronome” — causa.
ç) “Sei de gente que muda a voz  para falar com a secretária eletrônica” — finalidade.
d) “O teste definitivo para você saber  se está ou não integrado no mundo moderno  é a secretária eletrônica” — condição.
e) “Ao saber que estão sendo gravados “ —tempo.

13. Afirmação que cabe ao texto como um todo é que ele:
a) critica amargamente os novos meios tecnológicos.
b) elogia a tranqüilidade dos que não temem as máquinas.
c) ironiza a falta de educação da secretária eletrônica.
d) destaca a desumanização nas relações humanas.
e) indica uma solução para os problemas de comunicação,

14. Há tipos diferentes de atitudes diante do atendimento de uma secretária eletrônica. A frase cuja identificação dessa atitude NÃO está adequada é:
a) “Falam com a secretária eletrônica com a maior naturalidade” — tranqüilidade.
b) “Como falar com ninguém no telefone?” — confusão mental.
c) ‘E gravam um bolero” — lirismo.
d) “Sei de gente que muda a voz para falar com secretária eletrônica” — formalismo.
 e)”,,,ou pelo menos nos bipe com reprovação” — temor

15. 0 item em que a oração sublinhada NÃO indica uma ação em seqüência cronológica em relação à oração anterior, é:
a) “0 que você faz quando liga para alguém  e quem atende é uma máquina.                    
b)”...esperam o bip e anunciam.”
c) “Seguem instruções para esperar o bip e gravar a mensagem.”
d) “Medo de que a máquina nos telefone de volta e nos xingue.”
e)”,.. pressupõe um contato com alguém e não com alguma coisa.”

16. Em todos os itens abaixo há uma junção de um substantivo com um adjetivo; o par em que o adjetivo NÃO representa uma opinião do autor do texto é:
   a) atitude sensata          b) teste definitivo         c) absurdo medo       
   d) mundo moderno     e) gravador estranho

17. O item em que a segunda forma proposta para o segmento inicial ALTERA o sentido original é:
a) “Talvez seja a única atitude sensata” / A única atitude sensata talvez seja essa.
b) “Eu telefono depois”! Depois eu telefono.
c) “É aí que começa o teste”! Aí o teste começa.
d) “Como falar com ninguém no telefone?” / Como ninguém falar ao telefone?
e) “E gravam um bolero”! E um bolero é gravado.

18. Considerando o texto como um todo, podemos classificá-lo predominantemente como:
a) narrativo                   b) descritivo                 c) expositivo          
d) argumentativo           e) conversacional

GABARITO: 1-C/C/E/C/C,  2-d,  3-C/C/C/E,  4-C/E/C,  5-C/C/E/C/C, 6-c, 7-a, 8-b, 9-c, 10-e, 11-b, 12-a, 13-d.
 Secretária 1-b, 2-e, 3-e, 4-b, 5-a, 6-a, 7-a, 8-c, 9-a, 10-c, 11-b, 12-d, 13-d, 14-b, 15-e, 16-d, 17-d, , 18-c.

LEITURA, ANÁLISE, INTERPRETAÇÃO E SÍNTESE TEXTUAL (LEITURA)

INTRODUÇÃO

Os maiores obstáculos do estudo e da aprendizagem, em ciência e filosofia, estão diretamente relacionados com a correspondente dificuldade que o estudante encontra na exata compreensão dos textos teóricos. Habituados à abordagem de textos literários, os estudantes, ao se defrontarem com textos científicos ou filosóficos, encontram dificuldades logo julgadas insuperáveis e que reforçam uma atitude de desânimo e de desencanto, geralmente acompanhada de um juízo de valor depreciativo em relação ao pensamento teórico.
Na realidade, mesmo em se tratando de assuntos abstrato, para o leitor em condições de “seguir o fio da meada” a leitura torna-se fácil, agradável e, sobretudo, proveitosa. Por isso é preciso criar condições de abordagem e de inteligibilidade do texto, aplicando alguns recursos que, apesar de não substituírem a capacidade de intuição do leitor na apreensão da forma lógica dos raciocínios em jogo, ajudam muito na análise e interpretação dos textos.

O QUE É LER?
Você está lendo neste momento e também lê quando consulta a lista telefônica e verifica o preço dos produtos numa loja. Certamente você leu "as flores do mal", ou talvez "O capital". O que há de comum em todas essas atividades? Ler o que é isso? A leitura é um modo particular de aquisição de informações, os objetivos da leitura são a compreensão do texto escrito e/ou o alcance de uma impressão de beleza, porque quando lemos, estabelecemos freqüentemente associações, evocamos imagens, construímos raciocínios, às vezes até sonhamos acordados.
Texto, a obra, é a expressão do viver, participar; é o produto humano colocado no mundo. É a manifestação do que o homem produz nos vários campos das artes, da literatura e do saber. Expressa – se por meio dos mais variados meios simbólicos: peças de teatro, filmes, televisão, pinturas, esculturas, literatura, poesia, livros científicos, artigos de revistas, jornais.
Os textos teóricos requerem sempre o emprego da razão reflexiva, e isso pressupõe uma certa disciplina intelectual, um método de estudo. Método entendido como o caminho a ser percorrido, demarcado do começo ao fim, por fases ou etapas. O método serve de guia para o estudo sistemático do texto teórico: compreende-o e interpreta-lo.
A Importância da Leitura pode ser considerado um manual para principiantes em graduação, que através de uma linguagem clara e objetiva nos mostra que o ato de ler exige uma consciência crítica e sistemática, adquiridos através da prática. Afirma que a leitura não deve ser confundida com o simples ato de descodificar sinais gráficos, pelo contrário, é necessário passar pelos planos da intelecção, da interpretação para finalmente chegar a aplicação, podendo ser: icônica, gestual e sonora.
Pode-se partir da consideração de que a comunicação se dá quando da transmissão de uma mensagem entre um emissor e um receptor. O emissor transmite uma mensagem que é captada pelo receptor. Este é o esquema geral apresentado pela teoria da comunicação.
Ao escrever um texto, o autor (o emissor) codifica sua mensagem que, por sua vez, já tinha sido pensada, concebida e o leitor (o receptor), ao ler um texto, decodifica a mensagem do autor, para então pensá-la, assimila-la e personaliza-la e compreendendo-a.

LEITURA
Denomina-se leitura a compreensão de uma mensagem codificada em signos visuais (geralmente letras e cifras). O ensino e o incentivo da leitura representam, portanto, um objetivo básico de todo sistema educativo.
Normalmente existem duas espécies de leitura: uma praticada por cultura geral ou entretenimento desinteressado, que ocorre quando você lê uma revista ou um jornal; e outra que requer atenção especial e profunda concentração mental, realizada por necessidade de saber, como por exemplo, quando você lê um livro, um texto de estudo ou uma revista especializada.
Para que a leitura seja eficiente, eficaz e proveitosa, orienta-se dedicada atenção no que se está lendo, caso contrário a leitura será superficial e, portanto, pouco entendida. Além de atenção, há necessidade de velocidade na leitura. Pela orientação de Galliano (1986:70), ao ler um parágrafo, o leitor deve fazer uma leitura rápida, obedecendo as pausas que, com um bom treinamento, passam ser momentos de fixação.
Cada assunto requer uma velocidade própria de leitura, se o seu campo de visão for estreito, limitando somente a palavra que você está lendo naquele momento, a sua leitura se tornará lenta. Quando o comportamento ocorre desta maneira, sua percepção acaba ligando palavras sem sentido, devido às interrupções das pausas e o ritmo apropriado. Quanto mais lenta é a leitura, mais facilmente a atenção se dispersa.
A leitura, apesar da individualidade do ato realizado, é um ato social, pois existe um processo de comunicação e de interação entre o leitor e o autor do texto, ambos com objetivos estabelecidos anteriormente dentro do contexto de cada um. Apesar de, aparentemente simples e tão natural, o processo de leitura possui uma complexidade que está subjacente porque depende do processamento humano de informações e da cognição de quem lê.
Cada leitor deve preocupar-se com o texto que esta lendo, já que esse deve ser sistematizado e com o objetivo de fornecer informações para uma melhor assimilação, possibilitando uma leitura mais rica e proveitosa.
Em relação a dificuldade do leitor enquanto, texto x Leitor, a figura a seguir pode exemplificar:

Legenda: L: leitor; T: texto; C: contexto.
Situação 1: o texto utilizado corresponde ao nível de habilidade do leitor,mas o contexto não é pertinente;
Situação 2: o leitor é colocado num contexto favorável, mas o texto não é adequado às suas capacidades;
 Situação 3: nenhuma das variáveis se relaciona: o leitor lê um texto que não está no seu nível e o contexto da leitura não é adequado.
O conhecimento textual faz parte do conhecimento prévio do leitor, e é uma das condições para que haja compreensão de leitura, quanto mais habilidade e familiaridade o leitor possuir a respeito de tipologias e estruturas textuais, mais facilidade ele terá na busca por compreensão.

ESTUDO DO TEXTO
Para estudar um determinado texto, devemos fazê-lo como um todo até adquirir uma visão global, para que possamos dominar e entender a mensagem que o autor pretendia relatar quando escreveu. Os textos de estudos requerem reflexão por aqueles que os estudam e, portanto, a leitura dos mesmos exige um método de abordagem. Devemos compreender, analisar, interpretar e, para isso, temos que criar condições capazes de permitir a compreensão, a análise, a síntese e a interpretação de seu conteúdo.
Analisar – decompor um texto completo em suas partes para melhor estudá-las.
Sintetizar – reconstituir o texto decomposto pela análise.
Interpretar – tomar uma posição própria a respeito das idéias enunciadas no texto, isto é, dialogar com o autor.

ANÁLISE
Para analisamos um texto devemos fazer por etapas, possibilitando por fim, a construção de um raciocínio global, obedecendo a algumas etapas de análises:
 Análise Textual, que consiste em buscar informações a respeito do autor do texto, verificar o vocabulário, entre outros, podendo ser finalizada com uma esquematização do texto, tendo como finalidade apresentar uma visão de conjunto da unidade;
 Análise Temática procura ouvir o autor, apreender sem intervir, fazendo ao texto uma série de perguntas, onde as respostas fornecem o conteúdo da mensagem;
Análise Interpretativa visa a interpretação, segundo situações das idéias do autor, faz-se uma leitura analítica, objetivando o amadurecimento intelectual;
 Problematização visa o levantamento do problema relevante, para a reflexão pessoal e discussão em grupo;
 Síntese Pessoal consiste na construção lógica de uma redação, baseada na problemática levantada pelo texto; E por fim conclui valorizando a leitura analítica como responsável no desenvolvimento de posturas lógicas na vida do estudante-leitor.

ANÁLISE TEXTUAL
Análise Textual é a leitura visando obter uma visão do todo, dirimindo todas as dúvidas possíveis, e um esquema do texto.
Para efetiva-la, inicialmente o leitor deve ler o texto do começo ao fim, com o objetivo de uma primeira apresentação do pensamento do autor. Não há necessidade dessa leitura ser profunda. Trata-se apenas dos primeiros contatos iniciais, quando se sugere que já sejam feitas anotações dos vocábulos desconhecidos, pontos não entendidos em um primeiro momento, e todas as dúvidas que impeçam a compreensão do pensamento do autor.
Após a leitura inicial, o leitor deve esclarecer as dúvidas assinaladas que, dirimidas, permitem que o leitor passe a uma nova leitura, visando a compreensão do todo. Nesta segunda leitura, com todas as dúvidas resolvidas, o leitor prepara um esquema provisório do que foi estudado, que facilitará a interpretação das idéias e/ou fenômenos, na tentativa de descobrir conclusões a que o autor chegou.
É necessário o leitor relembrar que análise significa estudar um todo, dividindo em partes, interpretando cada uma delas, para a compreensão do todo. Quando se faz análise de texto, penetramos na idéia e no pensamento do autor que originou o texto. Para que o estudo do texto seja completo, temos que decompô-lo em partes e, ao fazê-lo, estamos efetuando sua análise.

ANÁLISE TEMÁTICA
É o momento em que vamos nos perguntar se realmente compreendemos a mensagem do autor do texto é a compreensão e apreensão do texto, que inclui: idéias, problemas, processos de raciocínio e comparações Aqui devemos recuperar:
 O tema do texto;
 O problema que o autor se coloca;
 A idéia central e as secundárias do texto.
Normalmente isto é feito junto com o esquema do texto. Nele, você irá indicar cada um dos itens acima, reconstruindo o raciocínio do autor do texto; recuperando seu processo lógico.
É através do raciocínio que o autor expõe, passo a passo, seu pensamento e transmite a mensagem. O raciocínio, a argumentação, é o conjunto de idéias e proposições logicamente encadeadas, mediante as quais o autor demonstra sua posição ou tese. Estabelecer o raciocínio de uma unidade de leitura é o mesmo que reconstruir o processo lógico, segundo o qual o texto deve ter sido estruturado: com efeito, o raciocínio é a estrutura lógica do texto.
Finalmente, é com base na análise temática que se pode construir organograma lógico de uma unidade: a apresentação geometrizada de um raciocínio.

ANÁLISE INTERPRETATIVA
 A análise interpretativa é a terceira abordagem do texto com vista à sua interpretação, mediante a situação das idéias do autor. A partir da compreensão objetiva da mensagem comunicada pelo texto, o que se tem em vista é a síntese das idéias do raciocínio e a compreensão profunda do texto não traria grandes benefícios.
Interpretar, em sentido restrito é tomar uma posição própria a respeito da idéias enunciadas, é superar a estrita mensagem do teto, é ler nas entrelinhas, é forçar o autor a dialogar, é explorar toda fecundidade das idéias expostas, enfim, dialogar com o autor.
No primeiro momento da interpretação, busca-se determinar até que ponto o autor conseguiu atingir, de modo lógico, os objetivos que se propusera alcançar; pergunta-se até que ponto o raciocínio foi eficaz na demonstração da tese proposta e até que ponto a conclusão a que chegou está realmente fundada numa argumentação sólida e sem falhas, coerente com as suas premissas e com árias tapas percorridas.
Num segundo ponto de vista, formula-se um juízo crítico sobre o raciocínio em questão: até que ponto o autor consegue uma colocação original, própria, pessoal, superando a pra retomada dos textos de outros autores, até que ponto o tratamento dispensado por ele ao tema é profundo e não superficial e meramente erudito; trata-se de se saber anda qual o alcance, ou seja, a relevância e a contribuição específica do texto para o estudo do tema abordado.

PROBLEMATIZAÇÃO
É a quarta abordagem com vistas ao levantamento dos problemas para a discussão do texto. Rever todo o texto para se ter elementos para reflexão pessoal e debate em grupo.
Os problemas podem situar-se no nível das três abordagens anteriores; desde problemas textuais, os mais objetivos e concretos, até mais difíceis problemas de interpretação, todos constituem elementos válidos para a reflexão individual ou em grupo. O debate e a reflexão são essenciais à própria filosófica científica.
Devemos, portanto:
 Ler atentamente o texto e questioná-lo, procurando encontrar as respostas para os questionamentos iniciais.Assinalar em uma folha de papel os termos, conceitos, idéias etc, que deverão ser pesquisados após a leitura inicial.
 Fazer a segunda leitura e, a partir daí, sublinhar a idéia principal, os pormenores mais significativos, enfim, os elementos básicos da unidade de leitura.
 A prática possibilitará que o leitor perceba que raramente será necessário sublinhar uma oração inteira. Quase sempre é uma palavra-chave que se apresenta como elemento essencial. Na realidade, a regra fundamental é sublinhar apenas o que é importante para o estudo realizado, e somente depois de estar seguro dessa importância. O correto é que, ao ler o sublinhado, seja possível obter claramente o conteúdo do que foi lido. 
ANÁLISE PESSOAL
A discussão da problemática levantada pelo texto, bem como a reflexão a que ele conduz, devem levar o leitor a uma frase de elaboração pessoal ou de síntese. Trata-se de uma etapa ligada antes à construção lógica de uma redação do que à leitura como tal.
De qualquer modo, a leitura bem feita deve possibilitar ao estudioso progredir no desenvolvimento das idéias do autor, bem como daqueles elementos relacionados com elas. Ademais, o trabalho de síntese pessoal é sempre exigido no contexto das atividades didáticas, quer como tarefa específica, quer como parte de relatórios ou de roteiro de seminários. Significa também valioso exercício de raciocínio – garantia de amadurecimento intelectual. Como a problematização, esta etapa se apóia na retomada de pontos abordados em todas as etapas anteriores.

INTERPRETAÇÃO
Interpretar é tomar uma posição própria a respeito das idéias do autor, é ler nas entrelinhas, é forçar o autor a um diálogo, é explorar as idéias expostas, é ter capacidade de compreensão e crítica do texto. Interpretação é processo, num primeiro momento, de dizer o que o autor disse, parafraseando o texto, resumindo-o; é reproduzir as idéias do texto. Num segundo momento, entende-se interpretação como comentário, discussão das idéias do autor. A análise interpretativa conduz o leitor a atuar como crítico do que o autor escreveu.
Para que haja uma boa leitura é indispensável que o leitor domine a língua, sendo capaz de conhecer a língua padrão, conhecer as variantes da língua, gerar seqüências lingüísticas gramaticais, produzir e compreender textos, enfim, desenvolver suas habilidades e competência lingüística, podendo assim interagir no mundo da leitura da forma madura e produtiva.
Para realizar a análise interpretativa de um texto devemos realizar os seguintes procedimentos:
 Reler o texto, assinalando ou anotando palavras ou expressões desconhecidas, valendo-se de um dicionário para esclarecer seus significados;
 Não se deixe tomar pela subjetividade;
 Relacione as idéias do autor com o contexto filosófico e científico de sua época e de nossos dias;
 Faça a leitura das “entrelinhas” a fim de inferir o que não está explícito no texto;
 Adote uma posição crítica, a mais objetiva possível, com relação ao texto.Essa posição tem de estar fundamentada em argumentos válidos, lógicos e convincentes;
 Faça o resumo do que estudou;
 Discuta o resultado obtido no estudo.
É preciso observar que a concepção da compreensão na leitura ampliou-se, consideravelmente, nas últimas décadas no que diz respeito à participação do leitor. A atitude do leitor frente ao texto, anteriormente vista como recepção passiva de mensagens, passou a considerar o processamento mental de informação da compreensão e evoluiu para uma perspectiva de interação entre o leitor e o texto.
Ao finalizar a análise interpretativa, com certeza, o leitor terá adquirido conhecimento qualitativo e quantitativo sobre o tema estudado.

SÍNTESE TEXTUAL
A leitura analítica serve de base para o resumo ou síntese do texto ou livro. Entende – se que é a apresentação concisa dos pontos relevantes de um texto.
Esta é uma etapa que você só pode fazer se já tiver um bom acúmulo de leituras sobre o tema, conhecendo bem o assunto, tendo lido outros autores sobre o que foi estudado e conhecendo as críticas que se fazem àquele autor e àquelas idéias, após essa análise você pode começar a problematizar o texto. Na prática, isso significa levantar e discutir problemas com relação à mensagem do autor.

CONCLUSÃO
Embora se tenha consciência de que, nomeadamente nos textos literários, a experiência de leitura é conexa do reconhecimento da pluralidade de interpretações, é igualmente necessário sublinhar que o contexto de interpretação é validado por um conjunto de elementos textuais e socio-históricos que implicam que nem todo o ato interpretativo é por si mesmo legitimado. Isto significa que ler e interpretar são atos de percepção relacional e argumentativa, e que esta sua fundação não deve ser ignorada.
Não basta ser alfabetizado para realmente saber ler. Há leitores que deixam os olhos passarem pelas palavras, enquanto sua mente voa por lugares distantes. Esses lêem apenas com os olhos e só percebem que não leram quando chegam ao fim de uma página, um capítulo ou um livro. Então devem recomeçar tudo de novo porque de fato não aprenderam a ler. É preciso ler, mas, também é preciso saber ler. Não adianta orgulhar-se que leu um livro rapidamente em algumas dezenas de minutos, se ao terminar a leitura é incapaz de dizer sobre o que acabou de ler.

BIBLIOGRAFIA
Fonte: (informações extraídas do livro)
SILVA, Airton Marques da e MOURA, Epitácio Macário. Metodologia do trabalho científico. Fortaleza, 2000. 188p.
LOPES, Mariângela Spotti, Data Grama Zero – Revista de Ciência e Informação – V.S, nº 04/ago/04. Artigo 01.

Fonte:http://www.administradores.com.br/artigos/entretenimento/leitura-analise-interpretacao-e-sintese-textual-leitura/25175/

Interpretação & Compreensão

É muito comum observarmos que há uma confusão entre esses dois vocábulos, entretanto, um difere do outro em tudo, visto que compreender é basicamente retirar do texto as respostas às perguntas formuladas, ao passo que interpretar, consiste em entender o verdadeiro sentido do uso de certa palavra, frase e contexto, analisando o porquê do acontecimento, suas causas e repercussões no desenrolar da trama tecida. Através de uma simples pergunta, subentende-se muito, por exemplo:

"Maria foi ao comércio com sua mãe comprar um vestido".

Pergunta: 


Compreensão: Aonde foi Maria?

R: Ela foi ao comércio com sua mãe comprar um vestido.

{satura-se a pergunta com uma resposta completa e globalizada}


Interpretação: Aonde foi Maria?

R.: ao comércio.

{simples. A resposta foi dada à pergunta formulada, sem exagero algum}.

        
Quando você interpreta, busca entender o teor da pergunta para dar uma resposta clara e objetiva.

É por isso que atores quando interpretam determinados papéis, buscam viver o personagem, incorporando de forma tão eloqüente que deixam de ser eles mesmos, tentando uma realidade mais próxima do verdadeiro. É interpretar.

Existe inclusive uma dicotomia entre o compreender e o entender, porque compreender é humano, enquanto que entender é divino, pois que de outra forma analisaríamos a ação de Jesus, diante de seus argüidores, quando perdoou seus algozes ainda na cruz.

Ele foi traído, espancado, humilhado, despojado e crucificado isso eu compreendo, agora, só não entendo o porquê de tanta crueldade sem represálias. Tudo porque compreender é fácil, entender é que é difícil.

Portanto, compreender é fácil, interpretar, que representa "o entender", é mais difícil. Porque ao interpretar, busca-se analisar e ver aquilo que não está diante dos olhos, ou entre as palavras, mas está diante da mente, quando esta consegue decodificar a mensagem, apanhando fragmentos esclarecedores que decifram e mostram as respostas. 

Compreensão está mais para completar

Interpretar está mais para adivinhar.

O fato de interpretar leva o ser a pensar, refletir e desvendar os criptogramas.

Interpretar implica em:

  • Conhecer o significado e o significante, buscando sempre ver a semântica.
  • Reconhecer os sintagmas, analisando cada constituinte da frase; a sua morfologia e a sintaxe.
  • Ler os sinais gráficos e ortográficos que dão vida e ênfase ao escrito.

Fonte:http://www.gramatica.xpg.com.br/

Interpretação de Texto – Um desafio para o leitor contemporâneo

Concurseiros, sabemos que estudar interpretação de textos é uma grande necessidade. Isso porque se trata de tema para lá de figura fácil nas provas de concursos que fazemos.
Temos consciência, também, de que uma das maneiras diretas de ter sucesso nessa matéria é fazendo muitas questões de interpretação de texto. A outra maneira é lendo. Trata-se de um meio intermediário para se exercitar tal habilidade. Podemos dizer, então, que o sucesso na interpretação de textos, geralmente, passa pela leitura e pelo treino. Com esse 2 fatores conjugados, o sucesso nesse tipo de prova será questão de tempo apenas.
Como se exercitar nesse segmento você já sabe. Não há grandes segredos. Se existir alguma dúvida sua, leitor(a) sobre isso, pode escrever para nós perguntando. Teremos grande prazer em ajudar. Agora, sobre a leitura, há diversos pontos relevantes a destacar.
Nós vivemos a era da avalanche de informação. É fato. Segundo o filósofo contemporâneo Mário Sérgio Cortella, que confirma o que estou dizendo, corremos o risco de naufragar no meio de tantas possibilidades de leitura que a internet nos oferece. Há tanta coisa para ler na internet, que se perder nesse infinito torna-se muito fácil. Por isso, sem perceber essa tendência e receando perder algum detalhe dos acontecimentos cotidianos, muitos de nós lemos demais e quase não damos conta de absorver as informações captadas. Como diz o próprio Cortella, nos falta “espanto”, pois toda novidade se torna normal demais para nós.
Indo mais além, nós tendemos a fazer tudo muito apressada e açodadamente. Isso inclui o nosso hábito de ler. Quem de nós nunca desejou aprender novas técnicas de leitura dinâmica, não é verdade? Notem que não critico os estudiosos desse segmento porque não tenho qualificação para tanto. Afinal, deve existir alguma técnica para ler rápido com eficiência.
No entanto, noto que a cobrança pela rapidez em tudo em nossas vidas, nos conduz a fazermos algumas coisas mal-feitas, como a leitura. Isso porque, quando lemos de forma apressada, muitas vezes suprimimos detalhes importante de um determinado texto. Ou então, o esquecemos rápido demais. Podemos até entendê-lo de forma equivocada.
São esses problemas de leitura que nos afetam no momento de fazer uma prova de concurso público. Afinal, se você lê um texto rápido demais, não o compreende em sua completude. Fora que pode ter suas próprias opiniões interferindo na no momento de responder as questões de interpretação/ compreensão pura, em que importa somente a visão do autor e não a do leitor. Nos casos de inferência, essas reflexões até podem ter alguma importância. Contudo, nos casos de interpretação/compreensão em que o leitor faz em confronto com as ideias do autor, isso não deve ser feito. Trata-se de um erro que faz muitos perderemos pontos preciosos nas questões de prova.
Por isso é que considero um enorme desafio, nos dias de hoje, ler um texto e não divagar, não viajar nele. Claro que, num livro de literatura, é muito agradável ler e se sentir transportar para uma outra realidade. Todavia, não é essa postura que os processos seletivos querem de nós. Assim, não é recomendável nos estudos para concursos, ler de forma excessivamente relaxada, pois pode nos custar a vaga. Não falo para ler com tensão, mas com atenção (o trocadilho ficou bom).

Fonte:http://concurseirosolitario.blogspot.com.br/2011/04/interpretacao-de-texto-um-desafio-para.html 

Algumas considerações sobre a arte de interpretar um texto dramático

Afirmar que o texto dramatúrgico deve ser entendido como uma obra em processo, isto é, inacabado ou não-absoluto, levanta importantes questões epistemológicas, que necessitam de uma maior sistematização por parte daqueles que se interessam pelas condições de recepção da obra.
consideracoesEntre outras coisas, esta mudança de olhar sobre o objeto propõe, como perspectiva metodológica, abandonar o paradigma do texto enquanto obra fechada para em seguida criar um outro, isto é, do texto enquanto obra aberta.
Umberto Eco em seu livro Obra Aberta (1962) debate exaustivamente e calorosamente o tema da pluralidade de significados de uma obra de arte. A ambigüidade de significados torna-se a principal característica para uma obra ser reconhecida como arte.
Esta afirmação, de tom revolucionário, possui seu lugar na história da arte e da cultura ocidental. O projeto de Eco vinha de encontro à questionamentos e desejos de uma época de grande efervescência cultural, artística e ideológica.
A vanguarda pedia passagem a todos os setores da sociedade, social-político-cultural-artístico , qualquer limite era considerado uma forma de opressão à criatividade do artista.
A liberdade de interpretação sobre as obras era celebrada com grande entusiasmo por Eco. Mas, será o próprio autor de Obra Aberta que irá rever esta posição algumas décadas mais tarde em um outro livro intitulado Os Limites da Interpretação de 1999 (um título tanto ou mais revolucionário que o outro), provocando assim uma nova discussão tanto no campo da estética como no da crítica.
A tese principal do livro de Eco é a seguinte: “Dizer que um texto é potencialmente sem fim não significa que todo ato de interpretação possa ter um final feliz. [...], o texto interpretado impõe restrições a seus intérpretes. Os limites da interpretação coincidem com os direitos do texto”. É a partir desta constatação de Eco que iremos refletir sobre possíveis caminhos metodológicos para se interpretar e analisar um texto dramático.
A teoria da interpretação infinita, preconizada por numerosos estudiosos da arte nos anos 60, refuta a idéia de que os enunciados, as palavras, possuem um sentido literal, ou seja, um sentido comum anterior a qualquer ato de liberdade do leitor sobre as formas lexicais.
Esta questão do “sentido literal” do texto significa, por si só, uma restrição à idéia do texto enquanto um universo aberto à espera de infinitas descobertas e de hipóteses interpretativas.
É claro que toda leitura é um ato de desconstrução e que é possível dentro de uma obra observar hipóteses de leitura contrastantes entre si, mas há certas regras gramaticais (a língua) e linguísticas (o uso da língua/ a fala) legitimadas pela nossa história cultural.
Eco nos sugere, como exercício de interpretação, certos critérios de economia que podem nos auxiliar a rejeitar certas interpretações desviantes, provocadas por um deslizamento irrefreável do sentido: “os limites da interpretação coincidem com os limites do texto”.
Há interpretações que são totalmente inaceitáveis e é o próprio texto que irá impor restrições a seus intérpretes. Como salienta ironicamente Eco, “a similitude tem nariz de cera, pois toda coisa pode ser semelhante a uma outra”.
Entendendo o texto como objeto e parâmetro de suas análises, elimina-se a idéia da interpretação como deriva, ou seja, dizer que um texto possui muitos sentidos não é dizer que nele não exista nenhum sentido ou que todos se equivalem.
É necessário descobrir um Modus, uma medida de interpretação. É necessário um sistema que permita tornar a interpretação menos arbitrária: “É impossível (ou pelo menos criticamente ilegítimo) fazer um texto dizer o que ele não diz”, sugere Eco.
O leitor, no exercício da interpretação, deve se perguntar quem escreveu o texto, para quem ele foi escrito e quando foi escrito, ou seja, para legitimar hipóteses interpretativas, devemos nos perguntar sobre “o quadro cultural no qual se insere o texto”.
O contexto cultural representa uma redução drástica da pretensão da leitura enquanto deriva. Estes critérios de economia, salienta Eco, que não tem nada a ver com uma pesquisa sobre as intenções do autor, nos obriga a dar um caráter histórico, cultural ao texto, o que necessariamente irá nos indicar percursos de leitura.
Então, quais percursos poderíamos legitimar a partir desta tese de Eco? Ou melhor dizendo, quais metodologias poderíamos utilizar para interpretar sem esbanjamento ou deslumbramento excessivo um texto dramático? Em todo texto há um conjunto de procedimentos, de instruções, de estratégias que devemos prestar atenção se quisermos jogar com o texto (e não contra ele).
Se desejarmos realmente interpretar um texto com arte, devemos ter em mente que todo texto é dono de uma estrutura indicativa de percursos que devem ser respeitados. A partir desta constatação, é possível compreender a afirmação de Eco quando ele diz que todo texto possui um leitor-modelo: “uma espécie de tipo ideal que o texto não só prevê como colaborador, mas ainda procura criar”.
Mesmo sabendo que um texto dramático sugere uma série de interpretações isso não quer dizer que este texto possa permitir uma leitura qualquer, definida por desejos individuais exteriores ao próprio texto. Quando Eco defende a tese de que o próprio texto nos impõe certos limites ele quer dizer que o “objetivo principal da interpretação é entender a natureza deste leitor (modelo), apesar de sua existência espectral”.
O leitor-Modelo de Eco não só é um colaborador do texto como também nasce do próprio texto. Dentro desta perspectiva, é lícito afirmar que toda estrutura textual prevê a presença de Leitores-Modelo e é a partir desta idéia que Eco irá sustentar sua tese.
A qual tipo de leitor o texto se dirige? O que o texto pede ao leitor? Que tipo de cooperação o texto espera de seus leitores? Se todo texto se dirige a um leitor-modelo, deveríamos sempre nos perguntar no ato de leitura: qual tipo de leitor que o texto quer que eu seja? quais são os procedimentos e as estratégias utilizadas pelo texto para guiar este leitor fictício?
Estas perguntas permitem não só tornar a interpretação menos aleatória, como também permite guiar a análise crítica de forma mais criteriosa e menos arbitrária, pois tentando respondê-las, o trabalho do crítico e do interprete partirá do próprio texto, isto é, da análise dos diferentes elementos, procedimentos e instruções utilizados por cada autor em função da natureza dos seus leitores-modelo.

Fonte:http://www.artv.art.br/index.php/estudos/99-algumas-consideracoes-sobre-a-arte-de-interpretar-um-texto-dramatico-?showall=1&limitstart=

Interpretação de texto: Para entender, identifique os símbolos
"Ler significa aproximar-se de algo que acaba de ganhar existência."
Italo Calvino

Um mapa aberto. A mão estendida para a cartomante. Os búzios na terra. Pegadas na areia. Um pescador olha para o céu e sabe se vai chover. Um biólogo segue os rastros de uma onça pela floresta. Muros escritos da cidade. A linguagem das mãos dos surdos-mudos. O rosto do outro. Os sonhos estranhos. As placas na estrada.
Livros abertos: uma menina deitada no chão vê imagens coloridas. Um homem lê um romance. Uma mulher está atenta às notícias do dia, num jornal. Leituras.
Vivemos num mundo imerso em sinais que fatalmente vemos e precisamos olhar, ler, decifrar. Talvez tão naturalmente quanto respiramos, desenvolvemos a capacidade de ler continuamente as coisas que nos cercam. Lemos para nos entender, para entender os outros e o universo de que fazemos parte. Desde bebês, já estamos atentos às linguagens que nos circundam: os cheiros, os barulhos, as vozes da mãe, do pai, os toques: carícias ou palmadas.

Oralidade e escrita
À medida que crescemos, lançamo-nos às aventuras dos sons articulados, do falar, da língua. Logo passamos a desenhar, a começar a delinear formas na página branca do papel. Começamos a reconhecer letras, sílabas, textos: a escrita abre novas possibilidades para a linguagem que, oralmente, já conquistamos. Depois de aprender a decifrar os textos, estaremos lendo o tempo todo - para sempre. Qualquer palavra que surja à nossa frente é imediatamente decodificada.

Descobrir e decifrar
O ato de ler implica descobrir e conhecer o mundo. Com ele, desenvolvemos o tempo todo um processo de atribuir sentido às coisas. Pense nos inúmeros textos que você encontra em seu dia a dia, enquanto está caminhando em uma avenida, por exemplo: pichações nos muros, outdoors, nomes de ruas nas placas das esquinas, anúncios de lojas, letreiros de edifícios, números das casas, sem falar na banca de jornal, repleta de imagens e manchetes. Na verdade, quase sem perceber, você caminhado por um universo de signos, ou de símbolos, ou ainda de sinais.
O sentido das coisas nos vem principalmente por meio do olhar, da leitura: da compreensão e da interpretação desses múltiplos signos que enxergamos, desde os mais corriqueiros, como os nomes de ruas, até os mais complexos, como uma poesia com metáforas e imagens - cujo sentido muitas vezes demoramos para decifrar.
No poema que segue, de Paulo Leminski, percebe-se o quanto é essencial para o ser humano a atribuição de significados, tanto para os mistérios do nosso mundo interior, quanto para as coisas e fenômenos do mundo exterior a nós:
Buscando o sentido
O sentido, acho, é a entidade mais misteriosa do universo.
Relação, não coisa, entre a consciência, a vivência e as coisas e os eventos.
O sentido dos gestos. O sentido dos produtos. O sentido do ato de existir.
Me recuso a viver num mundo sem sentido.
Estes anseios/ensaios são incursões conceptuais em busca do sentido.
Pois isso é próprio da natureza do sentido: ele não existe nas coisas, tem que ser buscado, numa busca que é sua própria fundação.
Só buscar o sentido faz, realmente, sentido.
Tirando isso, não tem sentido.


Interpretar um texto, então, é tarefa com a qual você já está habituado: da mesma maneira que você identifica na cozinha um estrondo de metais como o sinal de que sua mãe deixou cair as panelas no chão, identifique os símbolos do texto e tente relacioná-los com fatos "do mundo" real. O que o autor quis dizer com tal palavra? Aquele sentimento, você já o experimentou? Entendendo esses símbolos, sua leitura será mais rica e prazerosa.

Fonte:http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/interpretacao-de-texto-para-entender-identifique-os-simbolos.htm

Processo de interpretação de texto

O passo-a-passo para aqueles que irão fazer interpretação de texto:
  1. Leia o texto, no mínimo, três vezes: a primeira leitura, em geral, é feita apenas para compreender os aspectos gerais do texto e não se preocupa com os detalhes. Ao final da primeira leitura você deve ter uma ideia geral do que o texto quer dizer. Na segunda leitura marque as principais frases e termos do texto: as principais frases são aquelas das quais todas as outras ideias dependem, ou seja, são os conceitos centrais sobre os quais o texto é construído. Isto serve como um elemento de referência dentro do texto: com raras exceções não armazenamos, em curto prazo, todo o texto apresentado. Marcar apenas as frases principais auxilia a saber a partir de qual ponto devemos prosseguir, sem necessitar reler todo o texto. A terceira leitura é uma leitura recorrente: vá para as questões, analise cada questão e retorne para o texto sempre que necessário. Isto significa que toda resposta deve ser confirmada visualmente, nunca dependendo exclusivamente de sua memória para responder algo.
  2. Defina o contexto: determine o autor do texto (em geral, as questões apresentam  a referência), o ano, o tipo de publicação e o gênero do texto. Isto permite restringir o grau de liberdade que o autor teve ao escrever o texto, limitando assim o tipo de interpretação que pode ser feita.
  3. Examine a questão: ao examinar a questão proposta, considere exatamente o que está sendo solicitado. Leia o enunciado (pelo menos duas vezes cuidadosamente), marque palavras que possam aparecer como correto, incorreto, não, … para evitar ser levado ao erro ao responder questões que armazenam “armadilhas”  ou “pegadinhas”. Se a questão possui múltiplas alternativas, anote a resposta que acha mais correta, mas verifique no texto, uma-a-uma, cada opção que você considerou errada e, apenas após ter certeza, anote a resposta correta. Se não compreender o enunciado, faça mais leituras ou deixe a questão para responder após responder outras questões. Caso não saiba a resposta, siga o processo de eliminação básico: verifique cada opção e marque aquelas que, provavelmente, são incorretas, reduzindo as respostas para aquelas que são, aparentemente, mais corretas.
  4. Treine: para aqueles que não possuem o hábito da leitura e do raciocínio lógico, o processo acima pode parecer demorado. O problema é que as provas possuem muitas questões e tempo limitado para sua realização, o que obriga o processo de leitura e interpretação de texto/leitura e resposta de questão a ser realizado em poucos minutos. Desta forma, mais do que apenas estudar conteúdo, estimule o treinamento deste processo para buscar ter a rapidez de raciocínio necessária para realizar uma prova.  Se possível faça diversos simulados, alguns preocupando-se em responder adequadamente o conteúdo com todo o tempo que for necessário, mas em outros preocupando-se em responder em um tempo adequado tentando visualizar rapidamente os conteúdos e as possíveis respostas.
Fonte:http://www.revistabw.com.br/concursos/compreensao-e-interpretacao-de-textos-de-generos-variados/


Interpretação de textos

Texto
Os concursos apresentam questões interpretativas que têm por finalidade a identificação de um  leitor autônomo. Portanto, o candidato deve compreender os níveis estruturais da língua por meio da
lógica, além de necessitar de um bom léxico internalizado.
As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um confronto entre todas as partes que compõem o texto.
Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por trás do texto e as
inferências a que ele remete. Este procedimento justifica-se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do autor diante de uma temática qualquer.

Denotação e Conotação
Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expressão gráfica, palavra) e
significado, por esta ligação representar uma convenção. É baseado neste conceito de signo lingüístico (significante + significado) que se constroem as noções de denotação e conotação.
O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários, o chamado sentido verdadeiro, real. Já o uso conotativo das palavras é a atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compreensão, depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada construção frasal, uma nova relação entre significante e significado.
Os textos literários exploram bastante as construções de base conotativa, numa tentativa de extrapolar o espaço do texto e provocar reações diferenciadas em seus leitores.
Ainda com base no signo lingüístico, encontra-se o conceito de polissemia (que tem muitas significações).
Algumas palavras, dependendo do contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim ampliando sua significação através de expressões que lhe completem e esclareçam o sentido.
Como Ler e Entender Bem um Texto
Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extraem-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para resumir a idéia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça a memória visual, favorecendo o entendimento.
Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva, há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim de responder às interpretações que a banca considerou como pertinentes.
No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momentos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica da fonte e na identificação do autor.
A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não, exceto, errada, respectivamente etc. que fazem  diferença na escolha adequada. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por isso, uma resposta pode estar certa para responder à pergunta, mas não ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra alternativa mais completa.
Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descontextualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para ter idéia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta será mais consciente e segura.

Fonte:http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portugues/interpretacao-de-textos

Interpretação textual
Há sempre várias construções e interpretações para um texto. Elas são diversas porque dependem do leitor para atribuir-lhes sentido. Contudo, “é sempre possível advogar por ou contra uma interpretação, confrontar interpretações, arbitrar nelas, visar um acordo, ainda que este acordo continue longe de ser atingido” (RICOEUR, 1989a, p 203)12
Para analisar a interpretação, Paul Ricoeur parte do estudo do texto escrito, acreditando que o estudo da interpretação dele esclarecerá aspectos importantes da linguagem, da ação e da compreensão do sujeito. O autor acredita na interpretação como um processo que não se encerra antes de assinalar a passagem do mundo da vida ao mundo literário e o reingresso do mundo literário ao mundo da vida. Isto é, “a tarefa da hermenêutica reconstruir o conjunto das operações pelas quais uma obra eleva-se do fundo opaco do viver, do agir e do sofrer, para ser dada, por um ator, a um leitor que a recebe e assim muda o seu agir.” (RICOEUR, 1994, P 86)13 .
Ricoeur cita Dilthey para falar da interpretação como um processo dialético que inclui dois momentos: a explicação e a compreensão. Segundo Dilthey, a explicação segue as ciências naturais e a compreensão diz respeito à apreensão do significado das ações humanas, relativos à ciência do espirito. Para uma melhor compreensão dos conceitos, além de Dilthey, Ricoeur menciona também Hirshch em Validity in Interpretation separando os conceitos de conjectura e validação, inseridos especificamente no domínio do texto. Segundo o autor “Não existe regra para fazer boas conjecturas. Mas há métodos para validar as conjecturas” (HIRSCH apud RICOEUR, 1989a, p200-201)14 . Contrapondo a conjectura (como adivinhação) e validação (como disciplina argumentativa, gramatical), Ricoeur faz analogia entre os conceitos de explicação e compreensão, que estão inseridos no domínio da ação. “O que parece legitimar esta extensão da conjectura do domínio dos textos ao da acção é o facto de que, ao argumentar acerca da significação de uma acção, eu coloco os meus desejos e as minhas crenças à distancia e submeto-os a uma dialética concreta de confrontação com pontos de vistas opostos” ( RICOEUR, 1989 a, P205)15 .
Ao estender à ação o conceito de conjectura, tomado como sinônimo de compreensão, pode-se também concluir a extensão ao campo da ação o conceito de validação, equivalente ao de explicação. Aprofundando rapidamente nesses processos, para Ricoeur, “explicar é destacar a estrutura, quer dizer, as relações internas de dependência que constituem a estatística do texto” (RICOEUR, 1989a , p159)16 . Quando explicamos o texto, projeto esse possível e legítimo, analisamos as frases de maneira separadas e em sua totalidade. A partir de uma analise do texto em seus segmentos, o sentido pode ser dado pela disposição dos elementos. Assim como Hirsch, Ricoeur defende que a validação se aproxima mais da lógica da probabilidade do que da empiria. “Defender que uma interpretação é mais provável que uma outra é diferente de demonstrar que uma conclusão é verdadeira” ( RICOEUR, 1989 a, p202)17 .
Porém, o texto não é composto simplesmente por frases que podem ser compreensíveis. O texto possui sua totalidade e seu sentido e deve ser compreendido também assim. “Um texto é mais que uma sucessão linear de frases. É um processo cumulativo, holístico” (RICOEUR, 1989 a, p.202)18 . Ricoeur afirma que aquilo que primeiro compreendemos no discurso não é a pessoa, mas o projeto, o mundo que ele revela. “Só a escrita, ao libertar-se, não apenas do seu autor, mas da estreiteza da situação dialogal, revela que o destino do discurso é projetar um mundo” (RICOEUR, 1989a, p191)19 . Ricoeur fala de uma análise profunda que constitui o objeto da compreensão e que exige do leitor uma afinidade com o texto e sobre o que está exposto diante do texto. “Compreender um texto é seguir o seu movimento do sentido para a referência, daquilo que ele diz para aquilo de que fala” (RICOEUR, 1989 a, p209)20 . Mas essa relação aparentemente dicotômica entre validar e conjeturar ou explicar e compreender pode ser vista como complementação uma da outra. “Não há explicação que não se complete pela compreensão” (RICOEUR, 1989 a, p168)21 . A compreensão pede explicação quando não há diálogo, em que não é possível autor e leitor estarem presentes no tempo e no espaço. Quanto mais o locutor explica, mais compreende o ouvinte. Explicação e compreensão podem ser colocadas numa concepção geral da interpretação, quando a “explicação pode considerada como uma etapa entre uma interpretação ingênua e uma interpretação crítica, entre uma interpretação de superfície e uma interpretação em profundidade” (RICOEUR, 1989a , p158)22 .

Fonte:  http://pt.wikipedia.org/wiki/Interpreta%C3%A7%C3%A3o

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